Cúpula da PM é presa em Brasília por ‘omissão’ nos atos de 8 de janeiro

Integrantes da cúpula da Polícia Militar de Brasília foram presos nesta sexta-feira (18) como parte de uma investigação sobre sua suposta omissão dos ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, informou a Procuradoria-Geral da República (PGR).

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Agence France-Presse

As provas, reunidas em oito meses de investigação, apontam “omissão” por parte das autoridades da Polícia Militar do Distrito Federal, que mostraram uma “profunda contaminação ideológica”, afirmou a PGR em comunicado.

Há provas de que “os agentes – que ocupavam cargos de comando da corporação – receberam, antes de 8 de janeiro de 2023, diversas informações de inteligência que indicavam as intenções golpistas do movimento e o risco iminente da efetiva invasão às sedes dos Três Poderes”, acrescentou.

A Procuradoria não detalhou os nomes das autoridades presas nesta sexta-feira. Segundo a imprensa local, a lista inclui o atual comandante da Polícia Militar e o oficial que presidia a instituição na época da invasão.

A entidade, que pediu o indiciamento dos investigados, identificou uma “profunda contaminação ideológica de parte dos oficiais da Polícia Militar do DF que se mostrou adepta de teorias conspiratórias sobre fraudes eleitorais e de teorias golpistas”.

Jair Bolsonaro (2019-2022) perdeu a reeleição para Luiz Inácio Lula da Silva em outubro do ano passado, por uma margem estreita.

Após a derrota, grupos bolsonaristas, convencidos de que seu líder havia sido vítima de fraude, promoveram bloqueios de estradas e manifestações pedindo intervenção militar.

No dia 8 de janeiro, uma semana após a posse de Lula, milhares de defensores de Bolsonaro invadiram e saquearam as sedes dos Três Poderes, em Brasília.

O episódio estremeceu a democracia brasileira e desencadeou uma ampla investigação que já culminou em centenas de prisões.

Bolsonaro, que foi recentemente condenado pela Justiça Eleitoral e não poderá concorrer às próximas eleições presidenciais por ter atacado publicamente o sistema eleitoral brasileiro, está sendo investigado por sua participação nesses ataques.

Ele nega qualquer vínculo com o ocorrido.

Bolsonaro e seu entorno enfrentam várias investigações judiciais, incluindo uma sobre o suposto desvio de joias e outros presentes do Estado para enriquecimento pessoal, e a falsificação de certificados de vacinação contra a covid-19 para entrar nos Estados Unidos.

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