Após um longo suspense, o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) apareceu no duelo com o líder petista, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas, para os analistas políticos, eles não foram os protagonistas do debate, ofuscados pelas mulheres (Simone Tebet do MDB e Soraya Thronicke do União Brasil) e por Ciro Gomes (PDT).
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Os posts – em quantidade – mantiveram a oposição política entre os dois políticos que lideram as pesquisas de intenções de voto: Lula e Bolsonaro foram os mais citados em tweets durante o evento. (Estadão)
Datafolha
A senadora Simone Tebet, candidata pelo MDB, teve a melhor avaliação pela pesquisa qualitativa feita em tempo real pelo DataFolha. 43% das suas declarações foram “boas” ou “ótimas”, segundo os 60 entrevistados. Em segundo lugar, Ciro Gomes (23%). Lula e Bolsonaro empataram com 10% de avaliações positivas. A candidata da União Brasil teve 2% e Felipe D’ávila, 8%. A pior avaliação foi de Jair Bolsonaro. A pesquisa não é representativa da população brasileira, e os participantes classificaram as respostas dos candidatos às perguntas do debate em uma escala de péssimo, regular, bom e ótimo.
Quaest
De acordo com monitoramento feito em tempo real pela Quaest Pesquisa e Consultoria, Ciro Gomes liderou as menções positivas, (51%), seguido por Simone Tebet (41%) que foi ganhando força ao longo do debate.
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O maior número de menções negativas foram direcionadas à candidata Soraya Thronicke (União Brasil), seguida por Luiz Felipe D’Ávila (Novo), segundo a Quaest.
Bolsonarismo em dados
Segundo o monitoramento feito pelo Google Trends, as discussões do evento conseguiram aumentar o volume de perguntas feitas no Google sobre termos desfavoráveis à Jair Bolsonaro, como “orçamento secreto” e “sigilo de cem anos”.
Evangélicos
A candidata da União Brasil, Soraya Thronicke, criticou a manipulação da fé religiosa, apontando para Lula e Bolsonaro. “Dizíamos sempre que o PT nos separava para conseguir manipular e manobrar todo mundo, esse governo está fazendo a mesma coisa”.
Michelle Bolsonaro, primeira-dama, tem aparecido na campanha bolsonarista para desviar sua candidatura da rejeição entre mulheres. Sua atuação diante do segmento evangélico também têm crescido. Dentre os 20 posts de influenciadores evangélicos com maior engajamento nos últimos 7 meses, 18 foram feitos por Michele em sua única conta nas redes sociais, a do Instagram. O monitoramento das publicações foi feito pela Casa Galileia.
Ataque à jornalista
As redes, assim como os demais participantes do debate, não perdoaram o ataque de Bolsonaro contra Vera Magalhães, quando a jornalista perguntou para Ciro sobre a vacinação, citando fatos que desagradaram o presidente. “Eu acho que você dorme pensando em mim, você tem alguma paixão por mim, você não pode tomar partido em um debate como este”. Nesta segunda (29), o advogado Rafael Logoun defendeu a reação de Bolsonaro ao “estelionato” da jornalista. No programa Morning Show, da Jovem Pam, ele chama Vera de “militantezinha travestida de jornalista”, e diz que a resposta de Bolsonaro define o que “é feminismo”.
Felipe, quem?
O candidato pelo Partido Novo, Luiz Felipe D’Ávila, não conseguiu ainda reverter o desconhecimento do público a seu respeito. No Google, a busca por seu nome é 30 vezes menor que a do candidato do mesmo partido em 2018, João Amoêdo, mesmo sem aparição na TV .
Ao defender privatização e o agro, D´Ávila virou motivo de memes.
Representatividade
Nas redes sociais e também presencialmente, no entorno do estúdio da TV Bandeirantes, protestos contra a ausência de pessoas negras, indígenas, e outros candidatos à eleição presidencial movimentaram ainda mais o debate político neste domingo (28). No twitter, internautas questionaram por que pautas como a violência policial, o encarceramento, as terras indígenas e outras não foram levantadas nem por candidatos, nem por jornalistas, que, em sua maioria, são brancos.
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