‘Destroços’ são encontrados perto do Titanic em busca por submarino

Um "campo de destroços" ainda não identificado foi encontrado nesta quinta-feira (22) perto do Titanic por equipes que procuravam desesperadamente o submersível turístico que desapareceu no domingo (18) no Atlântico Norte com cinco pessoas a bordo, informou a Guarda Costeira dos Estados Unidos.

Atualizada às 15h30min

“Especialistas do comando unificado estão avaliando as informações”, disse a Guarda Costeira no Twitter.

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Os destroços foram encontrados na “área de busca de um ROV, um veículo operado de forma remota, perto do Titanic”.

A Guarda Costeira não forneceu mais detalhes até o momento. Às 16h (horário de Brasília), planeja conceder uma coletiva de imprensa em Boston, centro de operações dessa operação que envolve diversos países.

A busca, na qual participam navios, robôs e aviões, entrou em fase crítica nesta quinta-feira, já que as 96 horas de oxigênio de emergência à disposição do submersível Titan, da empresa privada OceanGate Expeditions, teriam se esgotado às 08h08 desta quinta-feira.

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Apesar disso, as equipes de resgate mantêm as esperanças de encontrar os passageiros com vida.

“Continuamos vendo casos particularmente complexos em que a vontade de viver das pessoas também deve ser levada em consideração”, disse o contra-almirante da Guarda Costeira dos EUA, John Mauger, ao programa Today da NBC, pouco antes da nova descoberta.

“Portanto, continuamos procurando e prosseguindo com os esforços de resgate”, acrescentou.

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O navio Polar Prince, da empresa canadense Horizon Maritime, perdeu todo o contato com o submersível menos de duas horas depois de um mergulho que deveria ter durado cerca de sete horas, para visitar os restos do mítico transatlântico Titanic, que jaz a quase 4.000 metros de profundidade e a 600 quilômetros do continente, em Terranova.

A bordo estavam o milionário britânico Hamish Harding, presidente da empresa Action Aviation; o paquistanês Shahzada Dawood, vice-presidente da Engro, e seu filho Suleman – ambos também de nacionalidade britânica; o experiente mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet; e Stockton Rush, CEO da OceanGate Expeditions, a empresa que opera o submersível, e que cobrava 250.000 dólares por turista (cerca de 1,1 milhão de reais na cotação atual).

Grandes quantidades de equipamento

A detecção de ruídos subaquáticos na área de buscas nos últimos dias reacendeu a esperança de encontrar o submersível e concentrou as buscas por navios e aviões em uma área de cerca de 20.000 km2, quase o tamanho de El Salvador.

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A localização da busca “torna a mobilização rápida de grandes quantidades de equipamentos excepcionalmente difícil”, reconheceu ontem o capitão da Guarda Costeira, Jamie Frederick.

No total, uma dezena de navios, com a ajuda de robôs de controle remoto (ROV), fazem parte do dispositivo internacional que participa das buscas pelo submersível.

Outro robô da empresa de mapeamento de águas profundas Magellan estava programado para chegar do Reino Unido na tarde desta quinta-feira para vasculhar o fundo do mar.

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Segurança

Nos últimos dias, veio à tona um relatório sobre as possíveis falhas de segurança do submersível.

O ex-diretor de operações marítimas da OceanGate Expeditions, a empresa fabricante, David Lochridge, demitido por ter questionado a segurança do Titan, mencionou em um processo judicial o “projeto experimental e não comprovado” do submersível.

Segundo Lochridge, uma parte da frente do dispositivo foi concebida para resistir à pressão a uma profundidade de 1.300 metros, e não a 4.000 metros.

Segundo o professor de Engenharia Marinha da University College London, Alistair Greig, o Titan pode ter sofrido um problema elétrico ou de comunicação, o que não o teria impedido de subir à superfície, ou que o casco tenha sido danificado, dissipando assim as esperanças de encontrar os cinco passageiros com vida.

Viagem “apavorante”

Tom Zaller contou à AFP sua experiência há 23 anos em um mergulho semelhante ao de domingo para visitar o naufrágio mais famoso da história.

“Conforme você desce mais e mais, fica mais escuro” e “mais frio”, disse. Depois de assistir ao vídeo que gravou de si mesmo no fundo do mar, ele viu que “estava completamente apavorado”.

“Fiquei doze horas naquele submersível com tudo acontecendo conforme o previsto”, comentou, mas “nem consigo imaginar” o que é ficar vários dias trancado numa cabine onde não há espaço para se mexer ou ir ao banheiro.

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