Nessa segunda-feira, 25 de julho, o Brasil e o Mundo param para refletir sobre as agendas importantes para as mulheres negras latino-americanas e caribenhas. Confira 4 alertas atuais e necessários sobre essa data.
Esta segunda-feira, 25 de julho, marca 30 anos da declaração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, evento que aconteceu no 1º Encontro de grupos de mulheres negras destas originalidades na República Dominicana. De lá para cá, se tornou tão ou mais importante que o 8 de março (Dia Internacional da Mulher) para a discussão de pautas como o racismo, os direitos humanos e cidadania de mulheres pretas.
A data está mergulhada em uma ampla conjuntura de mobilizações, que se estendem por todo mês de julho. Abaixo, destacamos 4 fatos – com sugestões de leituras – importantes para entender a história e relevância dessa convenção e vitória das mulheres negras:
A data foi definida pela Lei Federal n°12.987/2014, sancionada pela então presidente Dilma Roussef. Benguela foi líder e guerreira do do quilombo Quariterê e tornou-se símbolo da sobrevivência e articulação política contra o sistema escravocrata. Hoje, ela representa reivindicações de movimentos e mulheres negras. Em 1994, Tereza foi homenageada como “Rainha Negra No Pantanal” em samba enredo da Unidos do Viradouro, do Rio de Janeiro.
A autora do livro “Racismo Brasileiro: Uma História da Formação do País”, Yanaê dos Santos, explicou em entrevista à Folha de S.Paulo porque apenas o reconhecimento das principais demandas das mulheres negras não são necessariamente se traduzem em transformações práticas de questões como participação política e violência.
Durante o período pandêmico, a diminuição na renda impactou especialmente mulheres negras, grupo que tem grande participação em serviços do setor não essencial e sem caráter formal. Além disso, em 60% dos lares chefiados por mulheres ou pessoas negras há insegurança alimentar na pandemia, segundo o levantamento feito em todo o Brasil é parte do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (II Vigisan).
O preconceito racial e suas implicações sobre a segurança e a saúde mental das vítimas está levando mulheres negras a evitar a reprodução, conforme explica essa reportagem da Folha de S. Paulo.
Em intersecionalidades os dados mostram que nas há um aprofundamento do problema desigualdade de gênero no mercado (CNN) de trabalho. No posto de presidência empresas brasileiras é raro encontrar uma mulher negra. De 148 diretores financeiros participantes da pesquisa “O Perfil do CFO no Brasil 2021”, realizada pelo Insper em parceria com a Assetz Expert Recruitment, apenas 0,78% eram mulheres negras.
O estudo confirma a baixa representação do grupo, que desde 2010 é de apenas 0,4% dentre as pessoas em cargos de liderança das 500 maiores empresas do Brasil, segundo dados levantados do Instituto Ethos.
Por outro lado, dez em cada nove pessoas negras no Brasil têm interesse em empreender, mas não chegam a fazê-lo por falta de dinheiro, de acordo com uma pesquisa do Instituto Locomotiva em parceria com a Feira Preta, maior evento de cultura negra da América Latina.
* conteúdos em outro idioma foram traduzidos via Google Translate
(Foto do topo: Mídia Ninja)
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