Dados do Cadastro Nacional de Adoção mostram que o Brasil tem cerca de 5 mil crianças e adolescentes à espera de uma família. O número parece ainda mais assustador quando observados os dados de pretendentes: são mais de 38 mil pessoas querendo adotar uma criança. A conta não fecha, certo? É porque a maior parte das crianças destituídas do poder familiar e prontas para adoção tem mais de 7 anos. E o desejo de ter um filho ainda está focado nos bebês.
Instituições ligadas à Justiça fazem campanhas neste Dia Nacional da Adoção, especialmente para desmistificar a adoção e romper padrões, incentivando a adoção tardia: crianças com mais de 7 anos também precisam de um lar e afeto!
O Tribunal de Justiça de São Paulo criou a campanha “Adote um boa noite”. Porque ao receber um boa noite, a criança e o adolescente sabe que nunca estará sozinha…
O Conselho nacional de Justiça convida, pelas redes sociais, a participação em um tuitaço pela adoção:
O CNJ também divulga o projeto “Busca Ativa”, utilizado por tribunais nacionalmente, que indica crianças de “difícil colocação” em famílias, ou por estarem mais velhas, ou por apresentares alguma doença e ainda por fazerem parte de grupos de irmãos.
Por meio da ferramenta, os pretendentes habilitados têm acesso a informações, fotos e vídeos dos meninos e meninas disponíveis. De 2019 até o momento, 312 crianças já foram adotadas por meio da busca ativa.
Segundo a diretora de Projetos do Departamento de Pesquisas Judiciárias (DPJ/CNJ) e integrante do Comitê Gestor do SNA, Isabely Mota, os números deste tipo de adoção estão crescendo: até maio, 78 crianças e adolescentes encontraram novas famílias por meio do dispositivo. Em 2022, foram 173 processos de adoção feitos à partir do recurso, enquanto e em 2019, apenas duas crianças foram adotadas assim.
“A ferramenta de Busca Ativa nacional complementa os sistemas que já existem em vários tribunais do país. Mais de 130 crianças já estão no estágio de vinculação, conhecendo as famílias; e mais de 220 estão em processo de adoção via busca ativa. Isso mostra que os recursos têm dado frutos, mas é preciso trabalhar em rede para proteger os direitos das crianças”, diz Isabely Mota.
Pelo sistema, as pessoas já habilitadas para adoção no Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), conseguem ver descrições, verificar fotos e vídeos das crianças e adolescentes que precisam de uma lar, dando ênfase para grupo de irmãos, crianças acima de 8 anos ou com algum problemas de saúde de qualquer idade.
O processo segue rígidas normas para proteger a identidade e imagem das crianças e adolescentes, como0 imagens acompanhadas da marca d’água do CNJ, e o CPF de quem as acessou fica registrado. Esse cuidado é importante para que não haja vazamento ou uso indevido das imagens.
Se você deseja adotar uma criança ou adolescente, veja o passo a passo com todas as informações corretas no site do CNJ.
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