No áudio, o presidente do Grêmio Náutico União, Paulo José Kolberg Bing, diz estar “chocado com o que saiu na mídia” e que a “esquerda está criando um incidente com relação ao show”. Ele revela ter ficado surpreso com as vestimentas escolhidas por Seu Jorge, pois se tratava de um moletom e não um terno, segundo ele “dissociado ao clima do evento”.
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O presidente do clube ainda contestou a presença de um “menino”, que não faria parte do show contratado: “era Seu Jorge e banda e não Seu Jorge e convidados”. Nas palavra dele, Seu Jorge descumpriu uma cláusula contratual que o impedia de realizar qualquer tipo de apologia política durante a apresentação. Segundo imagens, o cantor fez o “L” com as mãos, que significaria apoio ao presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva.
Ouça este trecho do áudio:
O “menino”, citado por Bing, era o jovem músico Pedrinho da Serrinha, um adolescente negro de 15 anos, convidado pelo cantor para participar da apresentação. Ao G1, Seu Jorge disse que, durante o show, citou o exemplo de Pedrinho para defender a proteção da juventude negra – o que teria provocado as manifestações racistas.
Ainda no áudio a que a reportagem do Curto teve acesso, Big diz que não viu nenhuma atitude racista durante o show. O público teria apenas reagido à manifestação política do cantor, mas que precisaria saber o contexto dos acontecimentos.
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“Ele fez um gesto político, o que gerou a reação do público, que se sentiu ultrajado”, acrescentou o presidente do clube. “Ao que me parece, foi uma falta de respeito dele, para com o público dele, da maneira como ele veio trajado – que não era adequada”, acrescentou.
Bing disse que iria se manifestar publicamente quando tivesse os “elementos necessários” e que, se comprovada qualquer tipo de conduta censurável por parte dos associados, eles seriam devidamente responsabilizados, pois nenhuma forma de racismo seria tolerada.
Mais tarde, na terça-feira (18), em entrevista ao programa Timeline🚥, da Rádio Gaúcha, Bing disse lamentar profundamente os fatos que ocorreram.
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“O caso está agora na esfera policial, mas serão tomadas medidas disciplinares dentro do clube. Quero me solidarizar com o Seu Jorge. O GNU é um clube com 116 anos de história e sempre tivemos um convívio muito respeitoso com nossos funcionários. Nunca pregamos qualquer ato de racismo”.
Através das redes sociais, também nesta terça-feira (18), o cantor Seu Jorge comentou os ataques racistas que sofreu durante uma apresentação no clube GNU. Em vídeo intitulado ‘Meu Rio Grande do Sul’ e com a bandeira do estado ao fundo, o artista relatou como tudo aconteceu, destacou o desencanto com a capital “que aprendeu a amar” e conclamou todos a uma luta antirracista.
Procurada pela reportagem do Curto News a assessoria do Grêmio Náutico União confirmou a autenticidade do áudio e informou que ele foi gravado “quando os fatos ainda não estavam claros”.
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Você pode ouvir aqui a íntegra do áudio divulgado no grupo de WhatsApp:
(🚥): pode exigir registro e/ou assinatura
(🇬🇧): conteúdo em inglês
(*): conteúdos em outros idiomas são traduzidos pelo Google Tradutor