No domingo (13), antes de sua quarta acusação na Geórgia, o candidato republicano à presidência em 2024 enviou um e-mail a seus apoiadores incentivando que expressassem sua revolta fazendo uma doação.
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“O Departamento de Justiça de Biden quer me PRENDER PARA SEMPRE. Nossa República está por um fio e a América precisa de você agora”, disse, convocando os “patriotas” a desembolsarem entre US$ 24 e US$ 1.000 (entre R$ 119 e R$ 5.000 na cotação atual) para sua candidatura eleitoral.
Desde seu primeiro indiciamento em Nova York, há alguns meses, o empresário de 77 anos tem enviado a seus apoiadores numerosas mensagens de texto e e-mails utilizando tom incendiário.
Para Trump, as quatro acusações contra ele constituem uma “caça às bruxas” e o presidente democrata, Joe Biden, é um líder “corrupto” à frente de uma “ditadura de má qualidade” que tenta “eliminar seu principal adversário”.
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O resultado da comunicação não tardou: sua equipe de campanha republicana anunciou a arrecadação de mais de US$ 4 milhões (R$ 19,8 milhões) nas 24 horas seguintes à sua primeira acusação, por pagamentos suspeitos a uma atriz pornô.
Posteriormente, o ex-presidente gabou-se de ter arrecadado quase US$ 7 milhões (em torno de R$ 35 milhões) logo após a segunda, por suposta negligência no manejo de documentos sigilosos de Estado.
É inegável que Donald Trump possui grande influência em sua base eleitoral e milhares de americanos respondem aos seus pedidos de doações.
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Jim Wood, um aposentado com quem a AFP conversou em Washington no dia da invasão ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, é um deles: já doou quase US$ 400 (R$ 1.979) ao milionário desde sua primeira denúncia. Ele está convencido de que Trump é vítima de perseguição política.
“Vou continuar a dar-lhe dinheiro, mesmo que vá para a prisão”, contou à AFP.
Faca de dois gumes
A mobilização de seus apoiadores surge como uma boa solução para o republicano, após um início de campanha de arrecadação que não saiu como planejava.
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A cada nova investigação, ele se beneficia do que os especialistas políticos chamam de “impulso dos indiciamentos”.
Esta força também se reflete nas pesquisas: desde sua primeira acusação, que foi alvo de vertiginosa atenção da mídia, o ex-presidente subiu nove pontos na disputa pelas primárias republicanas, segundo análises da RealClearPolitics.
“Cada vez que eles apresentam uma acusação, subimos muito nas pesquisas”, diz Trump em seus comícios.
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Logo após a terceira, afirmou que “só precisa de mais uma acusação para vencer estas eleições”.
Entretanto, os ganhos obtidos durante as disputas judiciais representam uma faca de dois gumes, visto que os custos associados a elas são tão exorbitantes que o candidato precisa recorrer aos seus fundos de campanha, retirando investimentos em publicidade televisiva, comícios ou viagens.
“Suas despesas legais estão nas alturas. Trump já gastou uma grande porcentagem de suas contribuições em despesas legais”, disse à AFP Larry Sabato, cientista político da Universidade da Virgínia.
“E essas despesas só vão aumentar por meses e meses, talvez anos”, acrescentou.
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