Entidades de jornalismo cobram ações do Estado, 1 ano após assassinato de Dom e Bruno

No dia marcado pela morte do jornalista britânico Dom Phillips, ao lado do indigenista Bruno Pereira, há um ano na Amazônia, associações de jornalistas estiveram reunidas para cobrar proteção do governo à liberdade e segurança da imprensa no Brasil.

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Gabriela Gonçalves

O encontro foi realizado nesta segunda-feira (5), data em que Bruno e Dom foram dados como desaparecidos após uma emboscada no Vale do Javari.

O jornalista britânico foi mais uma vítima da extensa lista de profissionais da imprensa que são mortos no exercício do seu trabalho.

“Infelizmente a lista é grande demais para citar cada protetor morto na defesa do meio ambiente”, afirmou Dyego Pegorario, do Instituto Vladimir Herzog.

Para alertar a sociedade sobre essa ameaça constante, diversos órgãos de imprensa se uniram em uma coletiva de imprensa para denunciar a insegurança na profissão e ao mesmo tempo exigir de autoridades governamentais que trabalhem para assegurar o ofício. As instituições Artigo 19, Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Instituto Vladimir Herzog (IVH), Instituto Palavra Aberta, Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca) e Tornavoz organizaram o ato desta segunda-feira.

O programa Tim Lopes, da Abraji, lançou no evento uma série de entrevistas inéditas de repórteres que estavam no Vale do Javari – local onde Bruno e Dom foram mortos – falando sobre os homicídios. 16 veículos de mídia do mundo todo fizeram parte do projeto, que detalha a grave situação naquela região amazônica.

Kátia Brasil, integrante da Amazônia Real, diz que “quando matam uma árvore, mil se levantam. Foi assim que aconteceu com Dorothy (Stang), com Chico Mendes e agora com Dom e Bruno”.

O representante do Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas, que faz parte do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Rodrigo Portella, esteve presente no evento.

“Desde que o governo assumiu o mandato existe nova postura junto a jornalistas. Frase muito trazida pelo governo federal ocorreu o fim da política do cercadinho. Críticas, demandas são sempre bem-vindas. É postura do governo federal estar ao lado da liberdade de imprensa”, disse Portella.

O Observatório Nacional da Violência contra Jornalistas foi criado com intuito de apoiar investigações contra jornalistas e também já afirmou, de forma pública, que acompanharia o caso de Dom e Bruno.

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Gabriela Gonçalves

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