Equador
Créditos da imagem: AFP

Equador elege presidente em clima de tensão após assassinato

Os equatorianos começaram a votar neste domingo(20) para eleger um novo presidente sob a sombra do assassinato a tiros de um candidato e do estado de exceção para controlar a violência do narcotráfico.

O assassinato de Fernando Villavicencio, em 9 de agosto, mudou as posições no tabuleiro político e tudo indica que não haverá margem suficiente para evitar a votação de 15 de outubro.

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Até às 17h00 locais (19h em Brasília), os equatorianos devem eleger presidente, vice-presidente e 137 congressistas. Também votarão em um referendo sobre a exploração de petróleo bruto em uma parte do Parque Nacional Yasuní, na Amazônia.

O outrora pacífico país tornou-se nos últimos anos um centro de operações para cartéis de drogas estrangeiros e locais que impõem um regime de terror com assassinatos, sequestros e extorsões.

Soma-se à violência uma crise institucional que mantém o país sem Congresso há três meses, quando o impopular presidente Guillermo Lasso (direita) decidiu dissolvê-lo e convocar eleições antecipadas para evitar a destituição em um julgamento político por corrupção.

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“Os equatorianos vão votar com três sentimentos: medo da insegurança (…), pessimismo em relação à situação econômica e desconfiança da classe política”, disse à AFP Santiago Cahuasquí, cientista político da Universidade Internacional SEK.

Cerca de 13,4 dos 18,3 milhões de equatorianos devem exercer o voto obrigatório.

Os presidenciáveis

O rosto do falecido Villavicencio, ex-jornalista centrista que ocupava o segundo lugar nas pesquisas antes de ser assassinado, aparece nas cédulas junto com outros sete candidatos, pois já estavam impressas quando ele foi baleado por um assassino de aluguel colombiano.

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Ele foi substituído pelo jornalista Christian Zurita, seu melhor amigo que também foi ameaçado e parceiro em investigações que expuseram grandes escândalos de corrupção. Uma delas levou à condenação do ex-presidente socialista Rafael Correa (2007-2017) a oito anos de prisão.

Na oposição, a presidência é disputada por Luisa González, 45 anos, herdeira política de Correa. Embora o Equador esteja proibido de publicar pesquisas, González é a favorita.

Antes do assassinato, uma pesquisa mostrava Villavicencio atrás de González e seguido pelo ex-francoatirador e ex-paraquedista Jan Topic (direita), do líder indígena Yaku Pérez (esquerda) e do ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner (direita).

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Após o assassinato, uma nova pesquisa mostrou González ainda na liderança. Em segundo, aparece Topic, 40 anos, apoiado por um setor que deseja mãos de ferro contra a criminalidade.

Chamado “Bukele equatoriano”, este ex-membro da Legião Estrangeira Francesa planeja abrir mais prisões ao estilo do presidente salvadorenho.

Luto e estado de exceção

O Equador encerrou uma curta campanha marcada pela violência política na qual também foram assassinados um prefeito, um candidato a deputado e um líder do correísmo local.

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Atingido pela pobreza (27%) em uma economia dolarizada, com um quarto da população trabalhando na informalidade ou desempregada, o Equador vota com ampla mobilização da força pública que revistou eleitores na entrada dos locais de votação.

Nas ruas, a violência atingiu o recorde de 26 homicídios por 100 mil habitantes em 2022, quase o dobro do ano anterior.

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