Equidade de gênero permanece distante para 99% das mulheres e meninas

Dois novos índices foram criados para mensurar as lacunas que mulheres e meninas enfrentam para se desenvolver. A iniciativa é do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e da ONU Mulheres. A nova abordagem revelou que menos de 1% da população feminina vive em países com alto nível de autonomia de mulheres e meninas e com baixa disparidade entre os gêneros. 

Liberdade de escolha e status

A pesquisa envolve 114 países e analisa fatores como saúde, educação, trabalho, inclusão financeira, poder de decisão e violência. 

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O Índice de Empoderamento das Mulheres (WEI) avalia o poder e a liberdade de fazer escolhas e aproveitar oportunidades na vida. Já o Índice Global de Paridade de Gênero (Ggpi), leva em conta o status da mulher em relação ao homem em quatro dimensões essenciais do desenvolvimento humano. 

Os dados indicam que 3,1 bilhão de mulheres e meninas, mais de 90% da população feminina mundial, vivem em países com baixa ou média performance de empoderamento e baixo ou médio desempenho em paridade de gênero.

Dentre estes países, 47 tem alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas ainda assim, estão distantes das metas de equidade entre homens e mulheres.

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Cinco reformas necessárias

Com base nestes resultados, o Pnud e a ONU mulheres recomendam a tomada de ações urgentes em cinco áreas de intervenção. 

Em primeiro lugar, as políticas de saúde devem reconhecer as diferentes necessidades de mulheres e homens durante o ciclo de vida. Segundo as agências, o acesso universal à saúde sexual e reprodutiva precisa ser integrado a estratégias de desenvolvimento nacional, com ênfase em planejamento familiar. 

O estudo também recomenda maior equidade no acesso à educação e mais investimentos para empoderar mulheres e meninas na era digital. A equidade de salários, os arranjos flexíveis de trabalho para mães e pais e acesso a creches também são considerados essenciais. 

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Por fim, as agências da ONU enfatizam a necessidade de eliminar leis, políticas e regulações que discriminam as mulheres e de apoiar a participação delas em todas as esferas da vida pública. Além disso, a análise afirma que o enfrentamento da violência de gênero e o suporte a vítimas é um passo essencial. 

Apenas 60% do potencial

Com base no índice WEI, o Pnud e a ONU mulheres concluíram que em média, as mulheres estão empoderadas para atingir apenas 60% do seu potencial. E com base no Ggpi, a conclusão é de que as mulheres alcançam, em média, 28% menos que os homens em todas as dimensões do desenvolvimento humano analisadas

Os dados também sugerem que maior paridade de gênero não se traduz automaticamente em alto empoderamento feminino. 

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Cerca de 8% das mulheres e meninas vivem em países com ambiente favorável à equidade, mas ainda assim não gozam de amplo poder e liberdade de escolha. 

Os novos índices detalham os complexos desafios enfrentados por mulheres e servem de referência para formulação de políticas e para comparação de progressos entre países.

(Com ONU News)

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