A Espanha se sagrou campeã da Copa do Mundo feminina neste domingo (20) após derrotar a Inglaterra por 1 a 0 em uma final histórica disputada diante de 75.000 espectadores em Sydney.
As jogadoras em campo, e todo o banco de reserva, pularam após o apito final do jogo que lhes deu o primeiro título de sua história. Nenhuma das duas seleções havia sido finalista antes.
Houve lágrimas e abraços enquanto as jogadoras corriam para comemorar a conquista do campeonato inédito.
A lateral-esquerda Olga Carmona marcou o gol da vitória para ‘La Roja’ aos 29 minutos, após uma assistência de Mariona Caldentey que garantiu a conquista do Mundial na Austrália e na Nova Zelândia.
A Espanha também levou o prêmio de melhor jogadora do torneio que foi para a meio-campista Aitana Bonmatí e a de melhor jogadora jovem, para a atacante Salma Paralluelo.
“Não tenho palavras. Estou muito orgulhosa, fizemos um grande torneio”, disse Bonmatí à BBC após receber o prêmio.
A final foi disputada no Stadium Australia em Sydney, para uma multidão de torcedores entusiasmados que vibraram com as duas seleções.
“Tenho muito orgulho desta equipe, é difícil descrever, é uma alegria imensa”, disse o treinador Jorge Vilda à televisão pública espanhola, logo após a conquista.
“Mostramos que podemos jogar, que sabemos sofrer, que esta equipe acreditou e somos campeões do mundo”, acrescentou o treinador espanhol.
Espanha e Inglaterra entraram em campo mostrando ímpeto, com leve domínio das inglesas, que deram o primeiro chute direto aos cinco minutos, e 10 minutos depois acertaram a trave.
Mas a Espanha não ficou muito atrás e aos 11 minutos uma jogada de Salma Paralluelo quase terminou em gol.
As inglesas, com uma defesa sólida comandada por Millie Bright, se multiplicaram ao impedir a ligação do meio-campo espanhol com o jogo explosivo de Paralluelo, uma ameaça constante.
A Espanha apostou na posse de bola de Aitana Bonmatí e Jenifer Hermoso para conectar na frente com sua linha de ataque.
Já a Inglaterra focou seu jogo na solidez defensiva e nas bolas em profundidade em busca de Alessia Russo e Lauren Hemp.
O equilíbrio foi quebrado quando Teresa Abelleira recuperou uma bola pelo lado direito e cruzou para a esquerda onde Caldentey tocou para Carmona que avançou e fez 1 a 0.
A incisiva lateral-esquerda já havia marcado o gol que deu à Espanha a vitória sobre a Suécia na semifinal da última terça-feira, em Auckland.
“Foi um jogo muito disputado, sabíamos que ia ser difícil, a Inglaterra tem uma grande equipe”, disse Carmona à televisão pública espanhola após o jogo.
“Mas a vitória era nossa, tínhamos a sensação de que iríamos conseguir”, acrescentou ela.
Antes do gol, um jovem invadiu o gramado vestindo uma camisa de protesto contra o presidente russo, Vladimir Putin.
Com o resultado a seu favor, a Espanha teve a tranquilidade de administrar a vantagem com seus passes e cortando as ligações das “Leoas”.
A Inglaterra tentou retomar a iniciativa nos minutos finais do primeiro tempo, mas a Espanha teve uma chance de aumentar o placar em um chute desviado de Paralluelo.
Para o segundo tempo, a treinadora da seleção inglesa, Sarina Wiegman, colocou em campo Lauren James e Chloe Kelly, procurando formar um rápido trio de ataque com Lauren Hemp.
Esta última protagonizou a primeira chegada séria da Inglaterra na segunda etapa, finalizando um cruzamento da direita.
No entanto, a posse de bola permaneceu com a Espanha.
Aos 64 minutos o jogo foi suspenso para verificar um pênalti contra a Inglaterra, que foi confirmado após revisão do VAR. A cobrança de Hermoso foi defendida pela goleira Mary Earps.
Esse lance pareceu injetar coragem nas inglesas, que intensificaram os ataques, embora sem muita pontaria diante da goleira Cata Coll.
A entrada de Alexia Putellas no final do jogo permitiu à Espanha retomar o controle das ações.
O coro de “si, se puede” (“sim, é possível”, em tradução livre) acompanhou as espanholas na reta final do jogo até a vitória que lhes deu o tão sonhado título mundial inédito.
Para a Espanha, foi o fim de uma campanha de altos e baixos na Copa do Mundo, que começou com vitórias estrondosas contra Costa Rica (3-0) e Zâmbia (5-0), seguidas de pesada derrota sofrida diante do Japão por 4 a 0.
Mas a Roja se recuperou nas oitavas de final em que atropelou a Suíça (5-1). Nas quartas, derrotou a poderosa Holanda por 2 a 1, e nas semifinais venceu a Suécia pelo mesmo placar.
Com o título deste domingo a Espanha se junta à Alemanha como únicas seleções campeãs mundiais tanto no masculino quanto no feminino.
Estados Unidos – 4 títulos (1991, 1999, 2015 e 2019)
Alemanha – 2 (2003 e 2007)
Noruega – 1 (1995)
Japão – 1 (2011)
Espanha – 1 (2023)
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