Um estudo publicado na quarta-feira (28) na revista Nature anunciou pela primeira vez uma variante genética ligada à gravidade da esclerose múltipla. O resultado veio de uma ampla colaboração de pesquisadores de mais de 70 institutos de todo o mundo.
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Na primeira etapa os pesquisadores combinaram dados genéticos de 12 mil pessoas com a doença, a fim de estudar quais variantes compartilhavam e com que rapidez a doença progredia. De sete milhões de variantes, apenas uma foi associada à rápida progressão da doença. A variante está entre dois genes chamados DYSF e ZNF638, que até agora não foram relacionados à esclerose múltipla, de acordo com o estudo. O primeiro gene trabalha para reparar células danificadas, enquanto o outro ajuda a controlar infecções virais. Segundo os estudos, esses genes são muito mais ativos no cérebro e na medula espinhal do que no sistema imunológico, área que o estudo para medicação se concentrou até agora.
Para confirmar suas descobertas, os pesquisadores investigaram os dados genéticos de outros 10 mil pacientes e encontraram resultados semelhantes. “Herdar essa variante genética de ambos os pais adianta em quase quatro anos o momento em que uma pessoa precisará de ajuda para andar”, disse o pesquisador americano e coautor do estudo, Sergio Baranzini, em comunicado.
O fato de a pesquisa ter como alvo o sistema nervoso, e não o sistema imunológico, “abre um novo caminho potencial para os tratamentos, o que é realmente emocionante”, acrescentou.
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Mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com as consequências da esclerose múltipla. Apesar de existirem tratamentos que podem ajudar a controlar os sintomas, ainda não há cura ou forma de retardar o agravamento da doença.