Frases fora de contexto
A edição de vídeos distorce os fatos. Em um deles que viralizou entre apoiadores do presidente na quarta-feira (19), como o pastor evangélico Silas Malafaia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma: “É preciso mentir. O político tem que mentir”. Na verdade, em entrevista ao podcast Flow, Lula estava falando de Bolsonaro, a quem chama de “mentiroso compulsivo” poucos segundos depois.
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Já Bolsonaro aparece dizendo que, caso eleito, nomeará o ex-presidente Fernando Collor (PTB) como ministro e que, juntos, irão “confiscar a aposentadoria”. A edição omitiu a parte em que ele explicava que estava falando de “boatos” difundidos por seus adversários.
Governos de esquerda
Com governos de esquerda assumindo o poder em vários países da América Latina, vários conteúdos tentam relacionar episódios que nem mesmo aconteceram a um futuro governo Lula.
Foi o caso da suposta “autorização da pedofilia” vinculada ao governo de Gustavo Petro, na Colômbia. As publicações são baseadas em uma medida que tornou legal o casamento de maiores de 14 anos sem a permissão dos responsáveis, de 18 de agosto de 2021, quando o presidente era Iván Duque.
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Vídeo de um saque contra avicultores e suinocultores que teria sido registrado durante o governo de Alberto Fernández na Argentina, na verdade, foi gravado no município colombiano de Puerto Tejada, durante a onda de protestos que começou em abril de 2021 contra a administração de Duque.
Vídeos gravados durante o movimento de protestos no Chile de 2019 também viralizaram nas redes sociais como se mostrassem manifestações em 2022, durante o governo de Gabriel Boric.
Pesquisas falsas
Há casos de levantamentos completamente inventados e montagens de supostas reportagens televisivas que indicam vantagem de um ou outro candidato.
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Daí a importância do registro da pesquisa na Justiça Eleitoral, que passou a exigir de entidades e empresas que fazem os levantamentos o registro no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ali pode ser conferido se um levantamento existe ou não.
Provas de fraude?
Logo depois do primeiro turno, viralizaram nas redes vários conteúdos que tentavam provar a existência de uma fraude eleitoral. Uma das teses que mais circulou foi a que afirmava que a totalização de votos seguiu um algoritmo em que a cada 12% das urnas apuradas, Lula ganhava 1% dos votos válidos e Bolsonaro perdia 0,5%. Mas os números listados na mensagem não coincidiam com as porcentagens atingidas pelos candidatos.
Também circulou uma lista de cidades onde, supostamente, teriam sido registrados mais votos em Lula do que o número de habitantes. Mas os dados citados no texto estão incorretos e algumas das cidades mencionadas nem mesmo existem.
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Já os dados que mostravam maior número de votos para presidente do que eleitores em uma seção de Minas Gerais estavam relacionados a voto em trânsito. Com essa modalidade, eleitores podem votar em um estado diferente do seu domicílio eleitoral, mas apenas para presidente.
Montagens baseadas em sites de notícia
Muitas imagens foram obtidas por meio de montagens, onde se acrescentava o texto sobre um fundo real, ou se alterava o código HTML do site para depois fazer a captura de tela.
Uma captura de tela do site de notícias G1, por exemplo, indicava falsamente que Lula teria dito que, se eleito, daria um prazo para que a população entregasse suas armas. Em outra, também montada, atribuía ao candidato a declaração de que “nem Deus tira essa eleição” dele.
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No primeiro turno, circulou também uma captura de tela do site da Jovem Pan com a suposta notícia de que Bolsonaro teria sido reeleito na Nova Zelândia.
(Com AFP)