Participação dos pais na vida do adolescente pode prevenir o bullying, diz estudo

Fazer refeições juntos, acompanhar as tarefas e participar mais da vida social dos filhos pode prevenir o bullying entre adolescentes. E não evita apenas que o jovem seja vítima, como também ajuda a impedir que ele pratique qualquer tipo de violência dessa natureza. É o que mostra um estudo recém-publicado, conduzido pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

Publicado por
Gabriela Gonçalves

O estudo feito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) avaliou mais de cem mil estudantes do último ano do ensino fundamental em escolas de todo o país, públicas ou privadas. A avaliação foi feita a partir do questionário da Pesquisa Nacional da Saúde do Escolar (PeNSE).

No Brasil, a taxa de bullying subiu de 14,2% em 2009 para 21,7% em 2015, segundo dados da PeNSE.

O que é bullying?  É um tipo de violência, praticado entre pares, que tem três características: a intenção, a repetição e o desequilíbrio de poder entre agressor e vítima. 

Características

O bullying tem três características:

  • Intenção
  • Repetição
  • Desequilíbrio de poder entre agressor e vítima

“Há muitos estudos sobre o perfil de quem sofre e de quem pratica a violência, mas queríamos investigar quais fatores poderiam estar relacionados à prevenção”, diz Emanuele Souza Marques, professora do Instituto de Medicina Social da UERJ, uma das autoras do estudo.  “Os resultados mostram a importância de medidas que fortaleçam o vínculo entre pais e filhos, como as práticas de supervisão parental positivas” .

Segundo a pesquisa, é decisivo o estabelecimento de muito diálogo familiar, de regras e de conhecimento da rotina no combate ao bullying. 

Emanuele Souza Marques diz que “os resultados do estudo mostram a importância de medidas que fortaleçam o vínculo entre pais e filhos, como as práticas de supervisão parental positivas”.

Estabeleça laços com o adolescente

É importante mostrar interesse pelas atividades do adlescente, ter momentos juntos, criar um elo, aponta a pesquisa da UERJ.

“Nessas horas, é possível observar alguns comportamentos ou comentários diferentes, que podem sinalizar que algo pode estar acontecendo com o filho”, diz a psicóloga psicóloga Caroline Nóbrega de Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein.

É nesses momentos que se cria oportunidade de falar sobre as consequências das atitudes e orientar. 

“Às vezes, ele reproduz algo negativo que vivenciou, ou que assistiu em algum programa”, exemplifica Caroline. Além disso, Emanuele, coautora da pesquisa, lembra de outro fator: ambientes violentos favorecem a prática de violência em diferentes cenários, incluindo a escola.

Fonte: Agência Einstein

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Gabriela Gonçalves

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