A 76ª edição do Festival de Cannes começa na terça-feira da próxima semana (16), um evento repleto de estrelas de Hollywood e de homenagens a cineastas como Pedro Almodóvar e Martin Scorsese, além da grande expectativa provocada pelos trabalhos de diretores da Ásia e África.
O Brasil será representado na disputa pela Palma de Ouro com o novo filme do diretor Karim Aïnouz (“A Vida Invisível”, “Madame Satã”, entre outros), que apresentará “Firebrand”, uma coprodução internacional ambientada na Inglaterra de Henrique VIII, com Alicia Vikander e Jude Law.
Hollywood enfrenta uma greve de roteiristas que provocou o cancelamento de várias filmagens, o que fará de Cannes, mais do que nunca, se possível, o grande foco de atenção dos cinéfilos durante as próximas duas semanas, de 16 a 27 de maio.
O filme de abertura do evento será o francês “Jeanne du Barry”, sobre a amante do rei Luís XV, da diretora Maïwenn, que também interpreta a protagonista do filme. O astro americano Johnny Depp, que superou há poucos meses uma longa batalha judicial com a ex-esposa Amber Heard, interpreta o monarca.
Cannes se transformará em seguida em uma longa e quase ininterrupta passarela de estrelas.
Harrison Ford, que aos 80 anos interpreta mais uma vez Indiana Jones, apresentará o quinto filme do personagem (“Indiana Jones e o Chamado do Destino”).
O espanhol Pedro Almodóvar exibirá, fora de competição, um curta-metragem western e gay, “Strange Way of Life”, com Ethan Hawke e Pedro Pascal.
O veterano Michael Douglas (78 anos) receberá uma Palma de Ouro honorária por sua carreira.
E o aclamado Martin Scorsese exibirá “Killers of the Flower Moon”, protagonizado por Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, sobre uma série de assassinatos de indígenas na década de 1920 nos Estados Unidos.
O Festival de Cannes exibirá pela primeira vez um filme da Mongólia, “Hopeless”, e um do Sudão, “Goodbye Julia”, primeiro longa-metragem de Mohammed Kordofai.
Outros destaques do evento incluem o alemão Win Wenders, com dois filmes em duas mostras, e o americano Wes Anderson, que exibirá “Asteroid City” na mostra oficial, um filme com vários astros, como Tom Hanks, Margot Robbie, Scarlett Johansson, entre outros.
Dos 21 filmes na disputa pela Palma de Ouro, sete são dirigidos por mulheres, um recorde para Cannes.
A indústria cinematográfica foi abalada nos últimos anos por acusações de abusos e discriminação, mas desta vez são duas diretoras diretoras francesas, Maïwenn e Catherine Corsini, as protagonistas de escândalos.
Maïwenn foi acusada de agressão por um famoso jornalista francês, Edwy Plenel, enquanto Corsini teria dirigido uma cena de teor sexual com uma atriz menor de 16 anos em seu filme “Le retour”, que está na disputa pelo prêmio máximo em Cannes.
Entre as cineastas na mostra principal estão a italiana Alice Rohrwacher, que disputa a Palma de Ouro pela terceira vez, com “La chimera”, e Ramata-Toulaye Sy, diretora franco-senegalesa de 36 anos que apresenta seu primeiro longa-metragem, “Banel et Adama”.
O presidente do júri do festival é o sueco Ruben Östlund, que venceu a Palma de Ouro no ano passado por “Triângulo da Tristeza”.
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