Fifa suspende Rubiales por caso de beijo forçado

A Fifa anunciou neste sábado (26) a suspensão do presidente da Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Luis Rubiales, pelo caso do beijo forçado na jogadora Jenni Hermoso após a final da Copa do Mundo feminina.

“Hoje decidimos a suspensão provisória do senhor Luis Rubiales de todas as atividades relacionadas com o futebol a nível nacional e internacional”, afirmou a entidade em comunicado.

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A suspensão terá um período inicial de 90 dias, “enquanto tramitar o processo disciplinar aberto”, acrescenta a nota.

A Fifa explicou que Rubiales e os membros da RFEF estão proibidos de entrar em contato com Jenni Hermoso e seu estafe.

A jogadora, de 33 anos, afirmou na última sexta-feira que se sentiu “vulnerável e vítima de uma agressão” quando recebeu o beijo de Rubiales, no domingo passado, após a vitória da Espanha sobre a Inglaterra na final da Copa do Mundo feminina.

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Segundo ela, a ação do dirigente foi “um ato repulsivo, fora de lugar e sem nenhum tipo de consentimento”.

Horas depois, a federação espanhola tachou de “mentiras” as últimas acusações de Hermoso contra Rubiales e anunciou que irá tomar “ações judiciais”.

“A RFEF e o senhor presidente provarão cada uma das mentiras espalhadas, seja por alguém em nome da jogadora ou, se for o caso, pela própria jogadora”, disse a federação.

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De forma inesperada e apesar da pressão, Rubiales recusou-se a apresentar a sua demissão na sexta-feira, na assembleia geral extraordinária da RFEF.

Hermoso havia garantido, via comunicado do sindicato FUTPRO, que “em nenhum momento” consentiu aquele beijo, desmantelando a defesa de Luis Rubiales.

Críticas de todos os setores

O próprio técnico da seleção masculina da Espanha, Luis de la Fuente, presente na assembleia e que aplaudiu Rubiales, condenou neste sábado, “sem paliativos”, o comportamento “inapropriado” do dirigente.

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Outro dos nomes importantes do futebol, o técnico do Barcelona, Xavi Hernández, deu seu “apoio incondicional” a Hermoso e condenou a “conduta” de Rubiales.

Na sexta-feira, as jogadoras da seleção feminina da Espanha expressaram sua recusa em voltar a jogar pela ‘la Roja’ sob a direção dos atuais dirigentes da RFEF.

Neste sábado, a maioria da comissão técnica campeã do mundo, inclusive a auxiliar Montse Tomé, anunciou sua demissão em um comunicado, que não foi assinado pelo treinador Jorge Vilda.

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Mas o técnico se posicionou horas mais tarde e publicou nota criticando Rubiales.

“Lamento profundamente que a vitória do futebol feminino espanhol tenha sido prejudicada pelo comportamento impróprio que nosso até agora máximo dirigente, Luis Rubialez, mostrou e que ele mesmo reconheceu”, escreveu Vilda em um comunicado enviado à Agência EFE e publicado por vários veículos de imprensa espanhóis.

“Suspensão de funções”

O próprio governo espanhol também anunciou medidas contra Rubiales. Na sexta-feira, o secretário de Estado para o Esporte, Víctor Francos, anunciou a apresentação de “uma denúncia fundamentada ao TAD (Tribunal Administrativo do Esporte) para que este avalie” se “o que foi cometido constitui uma falha muito grave”.

Neste sábado, o ministro dos Esportes, Miquel Iceta, afirmou em entrevista ao jornal El País que, caso o TAD aceite a denúncia do Executivo, “procederemos de imediato à suspensão das funções de presidente da federação”.

“O Governo não vai ficar impassível diante do que consideramos uma atitude inaceitável que prejudica os direitos das jogadoras de futebol e que mancha a imagem do nosso esporte a nível nacional e internacional”, acrescentou Iceta.

O Conselho Superior de Esportes, órgão vinculado ao Ministério dos Esportes, também pediu ao TAD a “suspensão provisória” de Rubiales por infrações “muito graves”.

Hermoso, jogadora do Pachuca, também recebeu nas últimas horas o apoio da Liga Mexicana de Futebol Feminino e de seus clubes.

O caso mancha a imagem do esporte espanhol, enquanto o país é candidato à organização da Copa do Mundo de futebol masculino de 2030 juntamente com Portugal e Marrocos, cuja atribuição está prevista para o final do próximo ano.

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