Fortuna dos ricos em 2022 registra sua maior queda em uma década, diz estudo

O número de pessoas com maior patrimônio diminuiu e suas fortunas registraram a maior queda em 10 anos, segundo um estudo internacional da consultoria Capgemini.

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Agence France-Presse

O número de ricos no mundo, definidos pela Capgemini como pessoas cujo dinheiro disponível supera um milhão de dólares (mais de cinco milhões de reais na cotação atual), reduziu 3,3% em 2022 para 21,7 milhões de pessoas, calculou a consultoria em um estudo publicado nesta quinta-feira(1º).

O montante de suas fortunas também reduziu, com um patrimônio total estimado em 83 bilhões de dólares, 3,6% a menos que no ano passado.

“Isto representa a maior redução em 10 anos, devido à incerteza macroeconômica e geopolítica”, destaca a Capgemini em seu informe, que inclui 71 países e utiliza como metodologia um sistema de recontagem estatística e uma representação gráfica chamada curva de Lorenz.

A guerra na Ucrânia e suas consequências no planeta, assim como a disparada da inflação e altas das taxas de juros dos bancos centrais tornaram 2022 especialmente difícil a nível econômico.

“Há necessariamente uma relação” entre a mudança dos índices das ações, que registaram uma queda líquida, e o das fortunas, uma vez que estes patrimônios são cada vez mais constituídos por ativos financeiros, avalia Elias Ghanem, diretor de estudos financeiros do grupo Capgemini.

Algumas das maiores fortunas desaceleram sua progressão no ano passado, entre elas, a maior do mundo, do proprietário da LVMH Bernard Arnault, a do fundador de Facebook, Mark Zuckerberg, e da herdeira do império l’Oréal, Françoise Bettencourt Meyers, segundo a revista Forbes.

A nível regional, as pessoas mais ricas da América do Norte tiveram uma maior redução em valor, com -7,4%, seguidas das da Europa (-3,2%) e Ásia-Pacífico (-2,7%).

As situadas na África, América Latina e Oriente Médio, ao contrário, evoluíram, segundo a Capgemini, graças aos resultados sólidos dos setores de óleo e gás, cujos preços dispararam após o início da guerra na Ucrânia e as sanções impostas à Rússia.

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