O governo da França acusou a Rússia, nesta terça-feira (13), de organizar uma vasta campanha de desinformação na Internet, que consiste na publicação de notícias falsas hostis à Ucrânia, como se tivessem sido publicadas por importantes veículos da imprensa francesa.
“A França condena estes atos indignos de um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, declarou a ministra das Relações Exteriores, Catherine Colonna, ressaltando que Paris colabora “estreitamente com seus parceiros para derrotar a guerra híbrida dirigida pela Rússia”.
Os países ocidentais já expressaram sua preocupação, em diferentes ocasiões, com a intensificação da campanha de desinformação liderada pela Rússia, uma vez que Moscou busca influenciar a opinião pública mundial sobre sua invasão da Ucrânia.
A França já havia alertado, no passado, sobre supostas campanhas de desinformação russa em áreas da África francófona, especialmente onde o grupo de mercenários Wagner se encontra ativo.
A campanha foi conduzida por “atores russos” com “entidades estatais, ou afiliadas ao Estado russo”, que posteriormente trabalharam para amplificar seu impacto, de acordo com Colonna.
“Essa campanha se baseia, em particular, na criação de páginas falsas de Internet que se fazem passar por sites governamentais e da imprensa nacional, assim como na criação de contas falsas nas redes sociais”, explicou.
Pelo menos quatro jornais franceses — Le Parisien, Le Figaro, Le Monde e 20 Minutes — foram vítimas da operação. Outros importantes meios de comunicação europeus também foram afetados, como os alemães Der Spiegel e Bild.
“A campanha é uma nova ilustração da estratégia híbrida que a Rússia está implementando para minar as condições para um debate democrático pacífico e, portanto, minar nossas instituições democráticas”, frisou a ministra.
“Nenhuma tentativa de manipulação dissuadirá a França de apoiar a Ucrânia ante a guerra de agressão russa”, acrescentou.
A operação denunciada pelo governo é a “segunda fase” de uma campanha que já havia sido exposta em 2022, “mas com modos de ação mais sofisticados destinados a evitar contramedidas e ser menos visíveis”, disse uma fonte das forças de segurança à AFP, que pediu para não ser identificada.
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