O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, chegou neste sábado (20) a Hiroshima, Japão, para participar da cúpula do G7, cujos líderes instaram a China a "pressionar a Rússia para que encerre sua agressão" contra a Ucrânia.
Zelensky, que chegou a Hiroshima por volta das 15h30 locais (03h30 no horário de Brasília) em um avião da República Francesa, tuitou depois de aterrissar que a paz estará “mais perto” após esta cúpula, um dia depois de conseguir que os Estados Unidos abram caminho para autorizar a entrega de aviões de combate F-16 à Ucrânia.
A visita de Zelensky dá ao ucraniano a oportunidade de se reunir com os líderes das sete economias mais industrializadas (Estados Unidos, Canadá, Japão, França, Reino Unido, Alemanha e Itália), que apoiam financeira e militarmente o seu país contra a invasão russa.
Também poderá se aproximar de outras potências não alinhadas e presentes na reunião, como Índia e Brasil, que têm relações próximas com a Rússia e não condenaram a invasão a seu país.
Os dirigentes do G7 instaram neste sábado a China, aliada de Moscou e que nunca condenou a invasão, a “pressionar a Rússia para que cesse sua agressão” contra a Ucrânia e “retire imediatamente, totalmente e sem condições suas tropas”.
O presidente ucraniano se reunirá com seu homólogo americano, Joe Biden, para falar sobre “a aplicação prática” da decisão americana sobre aviões de combate. Zelensky também terá encontros bilaterais com o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Washington confirmou na sexta-feira que apoiará a capacitação de pilotos ucranianos em aviões de combate F-16, de fabricação americana, e se disse disposto a autorizar que outros países possam fornecer estes aparelhos a Kiev. Uma decisão “histórica”, celebrou Zelensky.
Até agora, os ocidentais, encabeçados pelos Estados Unidos, resistiam aos pedidos por estes caças, preocupados com uma possível escalada do conflito. Durante os longos meses de treinamento, os ocidentais decidirão o calendário de entrega dos aviões, sua quantidade e os países que os fornecerão.
O Reino Unido vai trabalhar com seus aliados para “brindar a Ucrânia com a capacidade aérea de combate que necessita”, declarou o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak no Japão. Emmanuel Macron também se mostrou disposto na segunda-feira a formar pilotos ucranianos.
Washington reiterou, no entanto, que com sua ajuda militar, “os Estados Unidos não facilitam e não apoiam ataques em território russo”.
Em Hiroshima, vítima em 1945 do primeiro bombardeio atômico da história, os dirigentes do G7 anunciaram na sexta um endurecimento de suas sanções contra a Rússia. Os dirigentes mostraram sua preocupação com o aumento do poder econômico, diplomático e militar da China, em um contexto de tensão entre Washington e Pequim. Mas também asseguraram querer “relações construtivas e estáveis” com o gigante asiático, destacando “a importância de nos comprometermos com franqueza”.
Em seu comunicado, os dirigentes do G7 mostraram sua “oposição” a qualquer “militarização” chinesa na região Ásia-Pacífico, assegurando que não existe “fundamento jurídico” para as “reivindicações marítimas expansivas” da China. Além disso, reiteraram que a “paz e a estabilidade” no estreito de Taiwan é “indispensável” para a segurança mundial.
Os países do G7 querem diversificar suas redes de fornecedores para depender menos da China em particular, e advertiram contra qualquer tentativa de “coerção econômica” sem mencionar diretamente a China no comunicado.
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