Os governantes estão divididos sobre temas cruciais, como a invasão russa da Ucrânia, a meta de abandonar gradualmente os combustíveis fósseis e a reestruturação da dívida mundial, o que dificulta a publicação de uma declaração final no domingo (10).
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A América Latina estará representada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, cujo país assumirá a presidência do bloco depois da Índia, assim como pelo argentino Alberto Fernández.
O presidente americano, Joe Biden, chegou a Nova Délhi no início da noite e sua agenda na Índia começará com uma reunião bilateral com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, a quem recebeu com grande pompa em junho na Casa Branca.
O governo dos Estados Unidos tenta fortalecer os vínculos com a Índia, em meio a uma disputa com a China, enquanto Nova Délhi busca consolidar sua liderança internacional.
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E tudo isso apesar das divergências sobre a Rússia pela recusa da Índia a participar das sanções impostas contra Moscou pela invasão da Ucrânia, assim como sobre os direitos humanos.
Família disfuncional
A ausência de dois governantes muito influentes como os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Xi Jinping (China), que atuam com frequência como contrapeso, deixam o caminho livre para que Biden tenha um papel central na cúpula.
A Rússia será representada pelo ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, que já está na Índia, e a delegação chinesa será liderada pelo primeiro-ministro Li Qiang.
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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou nesta sexta-feira que o mundo parece uma família “disfuncional”, em meio a uma crescente polarização que pode resultar em mais conflitos.
“Se somos realmente uma família global, hoje parecemos uma família bastante disfuncional”, disse Guterres em coletiva de imprensa.
“As divisões estão crescendo, as tensões estão surgindo e a confiança está se desgastando, o que em conjunto levanta o espectro da fragmentação e, em última instância, do confronto”, alertou.
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Biden chega à Índia em um momento importante no xadrez de alianças geopolíticas, com a guerra na Ucrânia como pano de fundo, além da China, que busca consolidar sua influência e desafia cada vez mais Washington.
O presidente americano espera aproveitar o encontro de cúpula para demonstrar que o bloco, apesar das divisões, continua sendo o principal fórum de cooperação econômica mundial.
O governo dos Estados Unidos monitora “cuidadosamente” os desafios econômicos da China, como o consumo interno mais frágil que o esperado, o endividamento do setor imobiliário e os desafios demográficos, destacou em Nova Délhi a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen.
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A secretária disse que tem consciência do risco da situação chinesa para o crescimento mundial, mas afirmou que, “em geral, a economia global tem sido resiliente”.
Ela acrescentou que “a influência negativa mais importante é a guerra russa na Ucrânia”.
Um bloqueio ‘escandaloso’
O G20 parece dividido sobre a invasão russa do território ucraniano. Além disso, vários países em desenvolvimento do grupo estão mais preocupados com os preços dos grãos do que com as condenações diplomáticas a Moscou.
Os esforços de Modi para que os líderes do G20 evitem as divisões e abordem os problemas mundiais cruciais, em particular a reestruturação da dívida mundial e a volatilidade dos preços das commodities após a invasão da Ucrânia, não apresentaram resultados nas reuniões ministeriais anteriores ao encontro de cúpula.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, declarou nesta sexta-feira à imprensa que é “francamente escandaloso que a Rússia, depois de acabar com a iniciativa de grãos no Mar Negro, bloqueie e ataque os portos ucranianos”.
Modi também reafirmou, na quinta-feira, o desejo de expandir o G20 com “a inclusão da União Africana como membro permanente”.
“Estou muito satisfeito de receber a União Africana como membro permanente do G20 e estou orgulhoso por a UE ter reagido imediatamente de forma positiva para apoiar esta candidatura”, disse Michel.
“Vamos esperar para ver qual será a decisão, mas uma coisa está: a UE apoia a adesão da África ao G20”, acrescentou.
O chefe de Governo indiano também pediu aos líderes do G20 que apoiem “financeira e tecnologicamente os países em desenvolvimento na luta contra a mudança climática”.
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