O bolsonarista Jorge Garanho assassinou um militante do PT após invadir sua festa de aniversário neste sábado (09). Bolsonaristas tentam se desviar relembrando a facada e o PT irá pedir federalização do caso à Procuradoria Geral da República.
A menos de três meses da eleição presidencial, o debate sobre a intolerância política no Brasil se acentuou após um petista ter sido assassinado por um bolsonarista. O crime ocorreu em Foz do Iguaçu, no Paraná, durante a festa de 50 anos de Marcelo Aloizio Arruda, que tinha como tema o Partido dos Trabalhadores (PT).
Diferentes autoridades se pronunciaram sobre o ocorrido*, que se soma a uma série de casos de violência política. Um levantamento do Instituto Locomotiva revelou que 25% dos brasileiros apresentam intolerância política.
A frase estava estampada no principal cartaz de decoração da festa, com a figura do ex-presidente Lula. Marcelo Arruda era guarda municipal e tesoureiro do PT, e foi baleado pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador de Bolsonaro.
Guaranho invadiu a festa empunhando uma pistola Taurus calibre 40. Gritou palavras em defesa de Jair Bolsonaro, disparou contra o guarda municipal que, já ferido e caído no chão, revidou a tiros, atingindo o agressor. Ambos foram socorridos, mas Arruda morreu. Guaranho está internado em estado grave, porém estável.
Em seu perfil do Twitter, o atirador se declarava cristão, a favor das armas e contra o aborto.
A Polícia Civil informou, num primeiro momento, que o atirador também havia morrido. Mas, a informação foi corrigida momentos depois. A divergência de versões foi alvo de críticas na internet.
Nas redes de opositores e críticos de presidente, o assassinato de Arruda foi atribuída às consequências dos discursos de ódio incentivados por Bolsonaro.
Dois dias antes do crime em Foz do Iguaçu, o presidente havia afirmado em live que perder a eleição não era seu medo. Afirmou, porém, que seus apoiadores saberiam “o que está em jogo”, fazendo referência à tentativa de reversão dos resultados eleitorais americanos em 2020.
“Você sabe como você deve se preparar, não para o novo Capitólio, ninguém quer invadir nada, mas sabemos o que temos que fazer antes das eleições”, disse.
Em resposta às críticas, o presidente publicou uma mensagem sem citar o assassinato em sua conta no Twitter mencionando um antigo post, que atribuía aos seus opositores a prática de violência.
Nas redes, o silêncio de Carlos e Eduardo, filhos de Bolsonaro, foi questionado. Os primogênitosc comumente respondem a questões que envolvem o governo de seu pai, como fez Flávio Bolsonaro às 19h46 de domingo, 10, chamando o caso de “ato isolado” que não tem “nada a ver com as pautas” defendidas pelo Bolsonarismo.
Em outro post no twitter, o repórter Daniel Rittner mencionou o fato de Eduardo ter feito um discurso a favor do armamento da população em Foz do Iguaçu, mesmo local em que o crime ocorreu. Eduardo também havia incentivado a rivalidade entre petistas e bolsonaristas no evento.
Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado: “O assassinato (…) é uma a materialização da intolerância política que permeia o Brasil atual e nos mostra, da pior forma possível, como é viver na barbárie.”
Alexandre de Moraes, Ministro do Supremo Tribunal Federal: O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos 3 Poderes.
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no senado: “Ainda esta semana iremos propor representação ao TSE para responsabilizar Jair Bolsonaro por discursos de ódio e incitação à violência.”
Foto de destaque: Pexels
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