As inundações na Emilia-Romagna, no norte da Itália, deixaram pelo menos oito mortos e obrigaram o cancelamento do GP de Fórmula 1 previsto para este fim de semana na região.
“O número de vítimas subiu para oito”, disse a vice-presidente da Emilia-Romagna, Irene Priolo, à imprensa, nesta quarta-feira (17), atualizando o balanço anterior de cinco óbitos.
O presidente regional, Stefano Bonaccini, mencionou “muitos desaparecidos”.
As ruas de várias localidades ficaram submersas pelas águas, após chuvas torrenciais na região. Muitos moradores se viram isolados e procuraram refúgio nos telhados das casas.
Segundo o ministro da Defesa Civil, Nello Musumeci, 50.000 pessoas ficaram sem energia elétrica, e cerca de 5.000 foram resgatadas com a ajuda de botes infláveis e de helicópteros.
“Nada será como antes, porque este processo de tropicalização que está aumentando na África agora também está afetando a Itália”, acrescentou Musumeci.
“Nasci aqui e nunca vi nada parecido. Desta vez, ficamos com medo de verdade”, disse à AFP Simona Matassoni, proprietária do hotel Savio em Cesena, na costa do Adriático.
Na madrugada de terça-feira para quarta-feira, os moradores dos arredores de Forli, onde foi encontrada a primeira vítima fatal, tiveram de fugir descalços e com água até o peito, observou um fotógrafo da AFP.
“Isso é o fim do mundo”, afirmou o prefeito de Forli, Gian Luca Zattini, em uma publicação no Facebook.
As enchentes também forçaram o cancelamento do GP de F1, previsto para acontecer na Emilia-Romagna de sexta a domingo.
“Depois das conversas entre a Fórmula 1 (…) as autoridades competentes, incluindo os ministros envolvidos (…) o presidente da região da Emilia-Romagna, o prefeito da cidade e o promotor, decidiu-se que o Grande Prêmio não acontecerá em Imola”, anunciou o promotora da F1, a Formula One, em um comunicado, sem especificar se a corrida será remarcada até o final da temporada.
“É uma decisão responsável, devido à situação que vivem as cidades e vilas da região. Não seria justo aumentar a pressão sobre as autoridades locais e sobre os serviços de emergência em um período difícil”, continua o texto.
“A situação é crítica. Ainda temos horas difíceis pela frente”, advertiu Matteo Gozzoli, prefeito da cidade de Cesenatico, na costa do Adriático.
O serviço italiano de Defesa Civil informou que 14 rios transbordaram entre terça e quarta-feira, e que 23 municípios ficaram inundados.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou que o governo está “pronto para intervir com a ajuda necessária”.
Há duas semanas, a região da Emilia-Romagna foi atingida por fortes chuvas, que causaram inundações e deslizamentos de terra. Duas pessoas morreram.
A chuva que castiga a Itália também provocou inundações no outro lado do mar Adriático, na Croácia e na Bósnia. Até o momento, não há informações de vítimas fatais nestes países.
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