Protestos no Irã continuam; veja vídeo

Protestos contra morte de jovem iraniana depois de detida por polícia moral já causaram 11 mortes no país segundo autoridades e imprensa.

As autoridades iranianas bloquearam nesta quinta-feira (22) o acesso ao Instagram e ao WhatsApp, após seis dias de protestos pela morte de uma jovem detida pela polícia da moral, que já deixaram 17 vítimas fatais no país.

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A morte de Mahsa Amini, de 22 anos, causou indignação no mundo todo e várias organizações não governamentais internacionais denunciaram a repressão brutal contra os manifestantes.

“Dezessete pessoas, incluindo manifestantes e policiais, morreram nos eventos dos últimos dias”, anunciou a televisão estatal, sem revelar mais detalhes.

O balanço anterior divulgado pelas agências de notícias iranianas mencionava 11 mortos, sete manifestantes e quatro integrantes das forças de segurança, durante os protestos.

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As autoridades iranianas negaram qualquer envolvimento na morte dos manifestantes.

Na quarta-feira, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova York, o presidente americano Joe Biden expressou solidariedade às “mulheres corajosas” do Irã, após um discurso desafiador do presidente iraniano Ebrahim Raisi.

A jovem Mahsa Amini, natural do Curdistão (noroeste), foi detida em 13 de setembro em Teerã acusada de “usar roupa inapropriada” pela polícia da moral, uma unidade responsável por observar o cumprimento do rígido código de vestimenta do país. Ela morreu em 16 de setembro em um hospital.

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As mulheres no Irã devem cobrir os cabelos e não têm o direito de usar peças curtas acima dos joelhos, calças apertadas ou jeans rasgados.

De acordo com ativistas, Mahsa Amini foi agredida de maneira fatal na cabeça, mas as autoridades iranianas negaram e a anunciaram a abertura de uma investigação.

As manifestações começaram logo depois do anúncio de sua morte e foram registradas em 15 cidades do país.

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A Anistia Internacional denunciou a “repressão brutal” e o “uso ilegal de balas de borracha, balas letais, gás lacrimogêneo, jatos d’água e cassetetes para dispersar os manifestantes”.

Desde o início das manifestações, as conexões com a internet ficaram mais lentas e as autoridades bloquearam em seguida o acesso ao Instagram e ao WhatsApp.

“Por decisão das autoridades, não é mais possível acessar no Irã o Instagram desde quarta-feira à noite. O acesso ao WhatsApp também foi interrompido”, anunciou a agência Fars.

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A medida foi adotada por causa “das ações realizadas pelos contrarrevolucionários contra a segurança nacional por meio destas redes sociais”, acrescentou a Fars.

Instagram e WhatsApp são os aplicativos mais utilizados no Irã após o bloqueio nos últimos anos de plataformas como YouTube, Facebook, Telegram, Twitter e Tiktok. Além disso, o acesso à internet é amplamente filtrado ou restrito pelas autoridades.

No sul do Irã, vídeos aparentemente de quarta-feira mostram os manifestantes queimando um grande retrato do general Qassem Soleimani, morto em um ataque americano no Iraque em janeiro de 2020.

Em outros pontos do país, os manifestantes incendiaram viaturas policiais e gritaram frases contra o governo, segundo a agência Irna. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e várias detenções.

Outras imagens mostram os manifestantes resistindo à forças de segurança. Vídeos que mostram mulheres ateando fogo em seus véus viralizaram no país.

“Não ao véu, não ao turbante, sim à liberdade e à igualdade”, gritaram os manifestantes em Teerã, uma frase repetida em atos de solidariedade em Nova York ou Istambul.

Mahtab, uma maquiadora de 22 anos com um véu laranja que revelava seus cabelos, declarou em Teerã que “o véu dever ser uma opção, não deve ser imposto”.

As manifestações representam um “abalo muito importante no Irã e uma crise social”, declarou à AFP David Rigoulet-Roze, pesquisador do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (IRIS), que tem sede na França.

(AFP)

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