No primeiro vídeo, uma série de imagens adquiridas pela Associated Press mostraram carros nas ruas de Saqqez, na província do Curdistão, e algumas pessoas gritando ‘morte ao ditador’ em referência ao aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.
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Em Mahabad, as pessoas podiam ser vistas dançando nas ruas. O Oeste do Irã tem maioria curda, e vem passado por intensos protestos contra o governo e repressão violenta nos últimos meses.
O fracasso da seleção iraniana na Copa do Mundo é visto por alguns como uma vitória contra o que consideram a opressão do governo, afirma o The Guardian.
No outro vídeo, que circula em várias versões na internet, é possível ouvir a comemoração dos apartamentos na capital Teerã, no momento em que a seleção iraniana perdia para os EUA.
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Por que os iranianos torceram contra a seleção, num país que ama futebol?
O Irã vive um série de protestos contra a repressão da polícia moral do país à mulheres, que começou com a morte da jovem Masha Amini, aos 22 anos, após ser presa por usar o véu incorretamente.
E o fato das manifestações serem reprimidas com violência e do governo tentar criar uma cortina de fumaça em torno do campeonato para diminuir os protestos trouxeram para a população a sensação de que não há clima para futebol no país.
Recentemente, o governo iraniano decidiu que manifestantes devem ser condenados à pena de morte. A primeira punição ocorreu no último dia 14 de novembro, mas o cidadão executado não teve a identidade revelada. O governo condena manifestantes por “perturbar a ordem e a paz da comunidade e cometer um crime contra a segurança nacional”. (GE)
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A insatisfação dos iranianos tem ainda outra raiz: a chamada Revolução de 1979, quando o regime Islâmico se estabeleceu no poder do Irã, a seleção do país se afastou de competições internacionais durante a década de 1980, retornando no final dos anos 1990, quando voltou a se destacar no campeonato asiático e a conseguir classificações para as edições da Copa do Mundo. (Mídia Ninja)
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