Como o caso veio à público?
No princípio, na primeira quinzena de abril, a polícia do condado de Kilifi, que fica no Leste do Quênia, investigava o desaparecimento de pessoas na região da floresta de Shakahola.
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Logo, os detetives se depararam com corpos extremamente magros e pessoas ainda vivas mas com sinais de extrema desnutrição e se negando a comer, envolvidos num ato religiosos para “alcançar Jesus”!
Uma semana antes, a polícia prendeu Makenzie Nthenge, suposto líder religioso de uma seita radical que seria responsável pelas mortes.
Dezenas de corpos
Ao longo das duas ultimas semanas, a polícia encontrou dezenas de corpos, colocados em valas comuns ou espalhados pela floresta.
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Um total de 98 pessoas – a maioria crianças – morreram, de acordo com um balanço provisório. A polícia fala em até 300 desaparecidos.
Enquanto isso, as buscas por valas comuns continuam…
Quem está por trás desses atos macabros?
A polícia descobriu que as vítimas eram seguidores da Good News International Church (“Igreja Internacional da Boa Nova”, em tradução livre), uma espécie de seita cristã extremista que prega o jejum e até a morte por inanição como caminho para o Céu, algo que não está na bíblia, tão pouco foi ensinado por Jesus.
Nesta quinta (27), Ezekiel Odero, outro “pastor” influente no Quênia foi preso na cidade de Melinde. Ele não tem relação direta com a Good News International Churche, mas de acordo com o ministro do Interior do país, Kithure Kindiki, o pastor é apontado como um dos responsáveis pelo “assassinato em massa de seus fiéis”.
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Odero é chefe do Centro de Oração e Igreja da Nova Vida (New Life Prayer Centre and Church), que vende pedaços de tecidos sagrados e movimenta massas com cultos televisionados.
As autoridades do Quênia anunciaram que a prisão dele faz parte das medidas do governo contra os cultos “inaceitáveis” e classificados como “terroristas”.
Quênia, um país de maioria cristã
O país do leste da África, de quase 50 milhões de habitantes, tem mais de 4 mil igrejas registradas, de acordo com os números do governo.
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Algumas pregam a teologia da prosperidade, com apelos para que os membros doem grandes quantias à igreja para melhorar a própria situação financeira. Outras promovem crenças mais obscuras.
Todas parecem dominadas por líderes que exercem um controle virtualmente ilimitado sobre as vidas de seus fiéis, distorcendo os textos da Bíblia para promover sua autoridade.
“A maioria dos autodenominados pastores nunca pisou em qualquer faculdade de Teologia”, disse à AFP Stephen Akaranga, professor de Religião na Universidade de Nairóbi.
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Mas a falta de educação teológica faz pouca diferença para seu rebanho, admite. Nos últimos anos, estas igrejas cresceram na zona rural do Quênia.
(Com informações da AFP)
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