Nesta segunda-feira (17) o julgamento de Neymar Jr. começou em Barcelona, na Espanha. A ação julga irregularidades sobre sua contratação pelo time que tem o nome da cidade e que aconteceu há quase uma década. O jogador, que agora atua no Paris Saint-Germain, saiu do Barcelona em 2017 e a contratação do clube francês foi milionária. Além de Neymar, os seus pais também são processados no caso.
Neste primeiro dia de julgamento, o jogador ficou quase duas horas na sala de audiências, onde ficou sentado na primeira fila de um banco de réus. Na noite anterior, Neymar participou da partida do PSG contra o Marselha e o craque marcou o gol da vitória. Isso foi motivo para pouco descanso, o que fez a defesa pedir a saída de Neymar e de seus pais antes e a Justiça autorizou.
Mesmo com a saída permitida, o pai de Neymar permaneceu com os demais réus, apenas o jogador e sua mãe deixaram o tribunal.
A ação foi apresentada há sete anos pelo grupo DIS, que tinha parte dos direitos econômicos do jogador desde o Santos. O julgamento é sobre a transferência de Neymar do Santos para o Barcelona, que rolou em 2013.
Todas as partes do processo foram convocadas para a primeira das sete audiências, que deve continuar até dia 31 de outubro.
Segundo o cronograma, Neymar e os outros acusados farão os depoimentos nesta sexta-feira (21) ou na sexta-feira (28). Não se sabe se o jogador estará presencialmente na audiência.
Na terça-feira (18), o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, prestará depoimento a pedido do grupo DIS. Pérez falará como o acordo em segredo, feito em 2011, entre o Barça e o jogador, influenciou o mercado.
O Barcelona anunciou que a contratação do craque custou 57,1 milhões de euros (40 milhões para Neymar e 17,1 para o Santos). A justiça espanhola calculou que a operação custou ao menos 83 milhões de euros.
O grupo DIS alega que o Barça, Neymar e mais tarde o Santos se aliaram para ocultar o valor real da operação por meio de outros contratos dos quais ficou de fora.
A empresa, que adquiriu 40% dos direitos econômicos do jogador em 2009, recebeu 6,8 milhões de euros dos 17,1 pagos oficialmente ao clube brasileiro.
“Neymar Júnior, com a conivência de seus pais e do FC Barcelona, e seus dirigentes no momento, e do Santos FC (…) fraudou os legítimos interesses econômicos do DIS”, afirmou Paulo Nasser, advogado da empresa, que denuncia que os direitos do jogador “não foram vendidos para a maior proposta”.
O grupo DIS pede a restituição dos 35 milhões de euros que calcula ter perdido e cinco anos de prisão para o jogador, Rosell e Bartomeu, além de multas milionárias.
Para os advogados de Neymar, o jogador não cometeu nenhum crime, já que os 40 milhões de euros corresponderam a um “bônus de contratação legal e habitual no mercado do futebol”, e questionam se a Espanha tem a competência legal para o caso.
(Com AFP)
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