Ombros pesados: de olho na juventude climática

Ao redor do mundo e há alguns anos, crianças e adolescentes têm dados sinais de que desejam que o Planeta seja tratado da mesma maneira que seus direitos: com respeito, justiça e transparência. Conheça alguns dos ativistas que se destacam na defesa do clima.

Publicado por
João Caminoto

A crise ambiental tem efeito generalizado sobre a vida na Terra, mas crianças e jovens têm demonstrado atenção especial sobre o tema em diversos países. O grupo está entre os que tendem a sofrer maior impacto com problemas como poluição, devastação e mudança climática. 

Greve Global pelo Clima na Avenida Paulista (SP) em 20/09/2019. Foto: Alexandre Maciel
  • Em 2021, de acordo com as Nações Unidas, 59,1 milhões de pessoas ficaram desabrigadas por impactos da mudança climática no mundo.
  • 1 bilhão de crianças em todo mundo está extremamente exposta aos impactos da crise e das mudanças ambientais, apontou relatório da Unicef (2021).

A motivação das novas gerações – nascidos entre 1981 e 1996 (millenials), de 1997 a 2012 (geração-z) ou após 2012 (alpha) – , é enfrentar a apatia diante de questões urgentes que representam ameaça à sua saúde, educação e desenvolvimento. De forma crítica, a geração não aceita ter de lidar com as escolhas de governos e pessoas que chegaram antes ou ser censurada diante de decisões importantes que poderão repercutir sobre suas vidas.

E no Brasil?

No Brasil, em especial, o risco de insegurança alimentar e de infraestrutura é maior, especialmente em relação à populações vulneráveis. A ansiedade climática também é um dos problemas que impacta especialmente jovens brasileiros. 48% do grupo tem expectativa de piora em relação à crise climática, segundo dados levantados pela revista Lancet Planetary Health. A taxa no Brasil foi uma das maiores dentre a dos 10 outros países analisados. 

Greta pelo Mundo

“Não é segredo que a COP26 é um fracasso. Quanto tempo vai levar para os políticos acordarem? A Cúpula do Clima se tornou um festival de duas semanas para lavar sua consciência(…)”. A voz de indignação diante de um protesto em Glasgow é da ativista socioambiental sueca Greta Thunberg, de 19 anos.

Antes de a Cúpula ocorrer, uma pesquisa da Unicef havia apontado que apenas 4% dos jovens ativistas do clima na América Latina e no Caribe acreditavam que seus governos estavam tomando as medidas climáticas necessárias. Uma das principais pautas levantadas pelos líderes foi o combate ao aumento da temperatura global em 1,5ºC até o final da década.

Greta ficou conhecida por ter iniciado o movimento popular Fridays For Future em 2018, quando declarou o início de uma greve escolar em frente ao Parlamento sueco. Suas constantes exigências por medidas de contenção das mudanças climáticas ganharam força e mobilização em mais de 100 países menos de um ano depois.

Conheça outros jovens ativistas pelo clima

Ridhima Pandey, 14

  • Nasceu em Haridwar, região da Índia conhecida pela poluição e inundações
  • Aos 9, processou o governo indiano pela inércia diante dos problemas ambientais
  • Nomeada uma das “100 mulheres mais inspiradoras e influentes” pela BBC.
  • @ridhimapandeyy

Vanessa Nagate, 25

  • Foi destaque na COP26, onde havia sido excluída de uma foto com 4 ativistas brancas na edição anterior.
  • Nasceu em Kampala, capital da Uganda
  • Fundou um centro para mobilização da juventude e publicou o livro “A Bigger Picture”
  • É uma das 100 jovens africanas mais influentes e membro do Jovens Líderes dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
  • @vanessa_vash

Valentia Ruas, 19

  • Uma das porta-vozes do Friday for Future no Brasil
  • Nasceu em Brasília
  • Ajudou a criar a Campanha “SOS Amazônia” em Manaus, que reuniu recursos para enfrentamento de queimadas, desmatamento e outros problemas da região
  • @vavruass

Amanda Costa, 25

  • Ecofeminista e antirracista, esteve na lista #Under30 da Revista Forbes e é jovem embaixadora da ONU
  • Começou no ativismo climático aos 21 pela ONG Engajamundo, que prepara lideranças jovens para participação política em processos internacionais, como a COP
  • Nasceu e mora na Brasilândia, São Paulo, onde há, dentre outras, a favela Capadócia, que possui alto risco hidrológico.
  • Defende que o racismo climático e ambiental sejam incluídos na discussão da crise.
  • @souamandacosta

Curto Curadoria

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João Caminoto

Jornalista com mais de 30 anos de experiência, ocupei diversos cargos - desde repórter, passando por correspondente internacional até diretor de redação - em diversas casas, como o Estadão, Broadcast, Época, BBC, Veja e Folha. Me sinto privilegiado em ter abraçado essa profissão. Apaixonado pela minha família e pelo Corinthians.

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