O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assegurou, nesta quarta-feira (2), que "o mundo precisa ajudar" o Brasil a preservar a Amazônia, a menos de uma semana de uma cúpula amazônica que o país sediará em Belém.
“Sabemos da responsabilidade (…) que é convencer o mundo de que fazer investimento é barato se a gente conseguir impedir que a floresta continue sendo destruída”, disse Lula durante um café da manhã com correspondentes da imprensa internacional no Brasil, entre eles a AFP, no Palácio do Planalto.
“O mundo precisa ajudar a gente a fazer o desenvolvimento na Amazônia”, respondeu Lula, de 77 anos, a uma pergunta da AFP sobre como compatibilizará o desenvolvimento econômico da região com a preservação.
Os oito países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) se reunirão, pela primeira vez desde 2009, na semana que vem, para discutir e promover políticas públicas para preservar a maior floresta tropical do planeta.
Nesta quarta, Lula reiterou que seu governo “será muito duro” no combate ao desmatamento.
A destruição da Amazônia brasileira caiu 33,6% entre janeiro e junho de 2023, o primeiro semestre do governo Lula, em relação ao mesmo período do ano passado, segundo números oficiais divulgados em julho.
O presidente disse que, com os líderes dos outros sete países amazônicos, pretende “compartilhar com a ciência do mundo a pesquisa sobre a biodiversidade da Amazônia” e buscar caminhos para que seja possível “trabalhar sem precisar destruir” o bioma.
Em outra parte do café com os jornalistas, Lula insistiu que o Brasil, que tentou se colocar como negociador na guerra da Ucrânia, “vai continuar tentando encontrar a paz”.
“Os dois [Putin e Zelensky] estão na fase do ‘vou ganhar’. E, enquanto isso, as pessoas estão morrendo”, argumentou Lula.
Lula também mostrou seu entusiasmo pela próxima cúpula dos Brics, que ocorrerá na África do Sul entre 22 e 24 de agosto.
O presidente brasileiro voltou a defender a ideia de que os Brics tenham uma moeda própria para o comércio, ao mesmo que defendeu a entrada de novos países na organização.
“Do ponto de vista mundial, os Brics podem ter um papel excepcional. Todo mundo sabe que eu defendo que a gente tenha uma moeda própria para fazer comércio entre os países. Por que o Brasil precisa de dólares para fazer comércio com a Argentina?”, questionou.
Lula ainda defendeu que o Banco dos Brics “seja mais generoso do que o FMI” e colabore “para ajudar a salvar” economicamente os países e não “para ajudar a afundar o país”.
Por último, o presidente instou que o grupo de países discuta em sua próxima reunião uma ampliação para incorporar outras nações que “cumpram com os requisitos” da organização, e deu como exemplos de possíveis aspirantes a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos e a Argentina.
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