Lula diz que Bolsonaro deveria pedir desculpas a Forças Armadas; após visitar gabinete de transição, Lula falou em paz entre instituições

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se com o gabinete de transição, com parlamentares e a imprensa, neta quinta-feira (10), em Brasília. Lula voltou a falar em grandeza política, paz, respeito e diálogo entre os poderes. O petista elogiou a condução do processo eleitoral por Alexandre de Moraes e condenou a postura de Jair Bolsonaro em relação às "Forças Armadas" exigindo um relatório de auditoria das urnas. "Ele tem a obrigação de vir à televisão e pedir desculpas para a sociedade brasileira e pedir desculpas às Forças Armadas", disse Lula.

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Marcela Guimarães

Um dia após o Ministério da Defesa entregar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) um relatório sobre as eleições – que não encontrou qualquer indício de fraude – o presidente eleito falou em humilhação das Forças Armadas, que deveriam estar cuidando do país contra inimigos externos.

“Ontem [quarta-feira] aconteceu uma coisa humilhante, deplorável para as nossas Forças Armadas: um presidente da República, que é o chefe supremo das Forças Armadas, não tinha o direito de envolver as Forças Armadas a fazer uma comissão para investigar urnas eletrônicas, coisa que é da sociedade civil, dos partidos políticos e do congresso nacional”, disse o presidente eleito a parlamentares”, disse Lula.

“O resultado foi humilhante, humilhante. Eu não sei se o presidente está doente, mas ele tem a obrigação de vir à televisão e pedir desculpas para a sociedade brasileira e pedir desculpas às Forças Armadas, por ter usado as Forças Armadas, que é uma instituição séria, que é uma garantia para o povo brasileiro contra possíveis inimigos externos, fosse humilhada, apresentando um relatório que não diz nada, nada, absolutamente nada daquilo que ele durante tanto tempo acusou”, continuou.

No dia anterior, Lula esteve no TSE e no Supremo Tribunal Federal (STF), na primeira visita institucional após a vitória nas urnas.

Durante discurso nesta quarta-feira (10), o presidente eleito disse ainda não tem mágoa ou ressentimento, reforçando seu compromisso com a governabilidade. “Em um único dia, eu recebi 26 telefonemas de lideranças internacionais. Existe muita expectativa com o futuro do Brasil. Eu não quero guerra, eu quero paz. E é esse país que eu vou ajudar a construir”, disse.

Ao falar de pobreza, ele chorou copiosamente.

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Lula reforçou que democracia está de volta, assim como a civilidade. “E o povo será ouvido e poderá dar palpite naquilo que vamos fazer.” O presidente eleito encerrou o discurso lembrando que o Brasil está entrando em clima de Copa do Mundo que é preciso desassociar as cores verde e amarela de um partido político.

O presidente eleito reafirmou que Alckmin não será ministro de governo. Também não adiantou nenhum outro nome cotado para ministério.

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Marcela Guimarães

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