O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram do primeiro embate direto e sem candidatos nanicos no segundo turno da eleição presidencial, promovido por um pool de empresas jornalísticas: Folha, UOL, TV Bandeirantes e TV Cultura. Jornalistas e especialistas em dados falam em empate. Bolsonaro teve mais menções negativas nas redes sociais e tentou desestabilizar Lula colocando a mão no ombro do adversário. Lula preencheu a tela e escondeu o adversário, falando diretamente para a câmera. Veja os pontos altos desse embate.
Frente a frente, num formato mais fluido, os adversários Lula (PT e Bolsonaro (PL) tentaram ganhar a atenção do público com performances diferentes no debate: Lula se movimentou mais no palco do debate e mandou alguns recados na sua vestimenta. Bolsonaro partiu para o ataque, colando Lula a governantes da extrema esquerda na América Latina e tentando desestabilizar o petista ao tocar nele.
No debate, Lula vestiu a mesma gravata usada no interrogatório de Sérgio Moro – ex-juiz que condenou Lula, ex-ministro de Jair Bolsonaro e ex-candidato à presidência da República -, numa mensagem provocativa a Moro, que assessorou o atual presidente antes e durante o debate.
Outra mensagem “subliminar” enviada por Lula foi o broche da campanha “Faça Bonito”, contra a exploração sexual de crianças e adolescente.
Com o broche, Lula fez uma referência indireta à polêmica frase de Jair Bolsonaro a um podcast dizendo que “pintou um clima” entre ele e duas adolescentes venezuelanas. Respondendo a uma pergunta sobre a hipótese de o Brasil se tornar comunista numa eventual vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, Bolsonaro insinuou que meninas venezuelanas têm de se prostituir no Brasil para “ganhar a vida”.
“Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, de moto. Parei a moto numa esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas no sábado numa comunidade, e vi que eram parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’, entrei. Tinha umas 15, 20 meninas sábado de manhã se arrumando. Todas venezuelanas. Aí eu te pergunto, menina bonitinha se arrumando sábado de manhã para quê? Para ganhar a vida”, disse o presidente ao Podcast.
Em uma entrevista coletiva antes do debate, Bolsonaro se irritou com jornalistas ao ser questionado sobre a fala:
Na tentativa de desestabilizar Lula, Bolsonaro pedia para que o adversário ficasse ao lado dele o tempo todo, convocando para o embate. Em um dos momentos tensos, o presidente encosta no ombro do petista. A ação virou meme:
Outros memes sobre pontos altos da disputa engajaram na internet:
“Você vai ver que eu vou chegar perto e não vai ter nenhuma agressão a você”, disse Lula a Vera Magalhães, jornalista constantemente atacada por Jair Bolsonaro, inclusive no último debate da Band.
A frase de Lula provocou engajamento de mulheres nas redes sociais:
No terceiro bloco do debate, Lula se perdeu no tempo quando Bolsonaro começou a associá-lo a governantes de esquerda na América Latina, a quem chamou de “comunistas ditadores”. Bolsonaro usou 5 minutos para falar à vontade e atacar Lula, que perdeu o direito à tréplica.
Um dos pontos altos e de maior engajamento nas redes sociais foram as frases de Bolsonaro sobre o desmatamento na Amazônia: “Dá um google e veja quem mais desmatou a Amazônia”, provocou o presidente, disparando uma série de dados falsos sobre desmatamento. Rapidamente, especialistas foram ao Twitter desmentir Bolsonaro:
Outro ponto alto do debate foram as respostas de Lula a ataques de Bolsonaro: primeiro, quando lembrou os sigilos colocados no atual governo, até para carteira de vacinação do presidente. Segundo, quando Bolsonaro diz que na visita que Lula fez ao complexo do alemão “só tinha traficante” acompanhando o petista.
Ao responder sobre corrupção no atual governo, principalmente em relação à compra de vacinas – ato denunciado na CPI da covid-19, no Congresso Nacional -, Bolsonaro disse que “não teve corrupção porque não teve vacina”. Depois, Bolsonaro trocou “água” por “arma”.
Quando Bolsonaro fala que não teve participação no orçamento secreto – forma de comprar o Congresso, chamado de “bolsolão” – o ex-presidente da Câmara dos deputados Rodrigo Maia fez um vídeo pra explicar que Bolsonaro é “pai do orçamento secreto”.
Curto Curadoria:
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