A confirmação de Mara Gabrilli (PSDB) como vice de Simone Tebet (MDB) para a candidatura à presidência da República movimentou as redes sociais nesta terça-feira (02). Uma das principais bandeiras da chapa composta por duas mulheres é a ampliação da representatividade feminina na disputa política. Porém, durante lançamento oficial, causou muita repercussão o tom machista usado por vários líderes do MDB, PSDB e Cidadania. Para lançar a candidatura de Tebet, os três partidos uniram forças a partir de uma coligação.
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Líderes do PSDB e Cidadania
Para Bruno Araújo, presidente do PSDB, partido de Mara Gabrilli, homens deverão ter de uma cota de 20% na próxima chapa. O presidente do Cidadania, Roberto Freire, complementou dizendo saber “como é difícil para homens, que não são criados para ter esse romantismo, gentileza (…)”. A candidatura da senadora Gabrilli também levou em consideração a base política dela no Estado de São Paulo, que é o maior colégio eleitoral do Brasil.
- Quem é Mara Gabrilli, que será vice de Simone Tebet (Exame)
- O dream team de Simone Tebet (Brazil Journal)
Repercussão das “gafes”
As declarações foram desde a associação de mulheres com a natureza romântica até a avaliação da aparência das candidatas, como ilustra essa reportagem do Estadão. Os nomes de Mara Gabrilli e Simone Tebet ficaram entre os termos mais citados no Twitter, rede que conta com mais de 19 milhões de brasileiros dentre seus usuários.
“Só a docilidade da mulher pode unir esse País ” – Jeressati, Tasso
“Mulher sabe falar de amor , tem esse romantismo” – Freire, Roberto
“Elas estão bonitas. Se produziram hoje. Nisso eu presto atenção. E o Tasso também presta atenção ” – Serra, José https://t.co/Idz7NCYfeW
— Thais Carrança (@tcarran) August 2, 2022
O corpo em pauta
Ambas as senadoras, que compõe a 3ª chapa feminina para presidência desde a redemocratização, foram elogiadas por estarem “bonitas” por José Serra, que finalizou tuitando: “Se produziram. Eu presto atenção. E o Tasso também presta atenção “.
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Duas candidaturas totalmente femininas em eleições presidenciais ocorreram em 2006 (Ana Maria Rangel e Delma Gama, do PRP) e agora (Vera Lúcia e Raquel Tremembé, PSTU).
Se MDB e PSDB fossem partidos competitivos hoje, certamente Simone Tebet e Mara Gabrilli não seriam candidatas ao Planalto.
É isso.
— Marco Vieira (@marcopevieira) August 2, 2022
Domando feras?
Tasso Jereissatti, senador pelo PSDB-CE, era o então preferido de Tebet para ocupar o cargo de vice, mas desistiu de se candidatar. Na oficialização do nome de Mara Gabrilli, ele afirmou que somente a “docilidade” das mulheres tem o poder de “unir esse País”, conquistando risos de parte do público.
Minha Nossa Senhora, olha o nível das declarações.
— Marco Aurélio Neves (@marco_aneves) August 2, 2022
A turma de senhores machistas sabe muito bem que a chapa não tem chance. Todos ali sabem. A intenção claramente é usar mulheres para angariar votos para as bancadas pelo eleitorado feminino. Uma visão limitadíssima. https://t.co/XpTkgq5n3M
O senador se referiu também à economista Elena Landau, à frente do planejamento econômico da chapa feminina, como “meio rebelde, mas a gente controla”. Para alguns eleitores, os discursos de representantes da coligação que lança Tebet às eleições 2022 são o reflexo da cultura de dominação patriarcal, que está longe de acabar.
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Li em algum lugar q a Mara Gabrilli será a vice da Simone Tebet. Ao meu singelo ver, duas mulheres brancas e privilegiadas sem projetos. Duplinha bem ruim. Não lembro de nenhuma das duas terem defendido a Dilma de diversos ataques machistas e misóginos. Vocês se lembram?
— Roberta Luchsinger (@RoLuchsinger) August 2, 2022