Mãe denuncia racismo em colégio de elite do interior de SP

Na noite do último domingo (30), alunos do Colégio Visconde de Porto Seguro de Valinhos, no interior de São Paulo, criaram um grupo com 32 integrantes chamado “Fundação Anti Petismo”. Os alunos estão sendo investigados pela Polícia Civil após ofensas racistas contra um colega.

Publicado por
Gabriela Gonçalves

A instituição é tradicional e frequentada por alunos de classe média alta. O intuito do grupo era convocar os alunos para uma manifestação contra o resultado das urnas eletrônicas.

O estudante Antônio Biebie, de 15 anos, foi adicionado no grupo e viu comentários agressivos como: “quero que estes nordestinos morram de sede”, “quero sua mãe aquela negrinha”, “sou pró-reescravização do Nordeste” , “quero ver pobre se f*der ainda mais agora” e “ai ai como pobre é burro”.

Figurinhas com suástica e outras referências ao nazismo também estavam presentes na troca de mensagens dos estudantes.

Os alunos criadores do grupo organizaram, na segunda-feira (31), um ato contra o resultado das eleições dentro da escola, durante o intervalo das aulas.

Na terça-feira (1), Antonio promoveu uma manifestação contra o racismo, e pediu que a escola tomasse providências mais sérias.

A mãe de Antonio registrou as ameaças que o filho recebeu nas redes sociais.

O Colégio Visconde de Porto Seguro afirmou que repudia atos de racismo, mas não deixou claro quais providências irão ser tomadas.

“O Colégio Porto Seguro repudia qualquer ação e ou comentários racistas contra quaisquer pessoas. Os atos de injúria racial não são justificados em nenhum contexto. Considerando que a construção de uma sociedade livre, justa e igualitária pressupõe o respeito à diversidade e as liberdades, o Colégio não admite nenhum tipo de hostilização, perseguição, preconceito e discriminação. Vale lembrar que em todos os campi são realizadas palestras, orientações educacionais e projetos sobre a diversidade de opinião, de raça e gênero para alunos e comunidade escolar.”

Segundo a Polícia Civil, o ”caso foi registrado como injúria racial na Delegacia de Polícia de Infância e Juventude (DIJU) de Campinas. A mãe da vítima compareceu na delegacia durante a manhã de segunda-feira (31) e contou que seu filho sofreu ataques racistas, em um grupo do Whatsapp, formado por seus colegas de escola. Após as medidas de polícia judiciária, o caso foi encaminhado para a delegacia de Valinhos, onde segue sendo investigado. Detalhes serão preservados em função do sigilo nas investigações e por envolver menor de idade.

Leia também:

Este post foi modificado pela última vez em %s = human-readable time difference 15:02

Gabriela Gonçalves

Posts recentes

Google se associa à Apptronik para desenvolver robôs humanoides

O Google DeepMind acaba de anunciar uma parceria estratégica com a Apptronik, uma empresa de…

20 de dezembro de 2024

Genesis: Um novo patamar para simulações físicas em IA

Uma equipe de pesquisadores de 20 laboratórios diferentes acaba de apresentar o Genesis, um motor…

20 de dezembro de 2024

Google lança seu próprio modelo de IA de “raciocínio”

O Google acabou de lançar o que está chamando de um novo modelo de inteligência…

19 de dezembro de 2024

GitHub Copilot agora é gratuito

A GitHub, de propriedade da Microsoft, acaba de anunciar um nível gratuito de seu Copilot…

19 de dezembro de 2024

ChatGPT ganha um novo número de telefone; veja

A OpenAI acaba de lançar uma nova maneira surpreendente de acessar o ChatGPT - através…

19 de dezembro de 2024

Google lança novo benchmark para testar a factualidade de LLMs

O Google DeepMind acaba de lançar o FACTS Grounding, um novo benchmark projetado para avaliar…

18 de dezembro de 2024