Dívidas são as principais fontes de dor de cabeça dos brasileiros, há tempos. E o mês de julho não foi diferente: o endividamento das famílias brasileiras chegou a 78% no mês, maior índice registrado nos últimos 12 anos, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
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A inflação – percebida pelo aumento nos preços – pesou no bolso das famílias mais pobres, de acordo com a pesquisa.
O segundo semestre de 2022 já começou com 29% das famílias brasileiras inadimplentes, ou seja, com algum tipo de conta ou dívida atrasada. Esse é o maior percentual de inadimplência registrado desde 2010, quando a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) começou.
Nem as medidas criadas pelo governo federal para dar aquele empurrãozinho – saques extras do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS – foram suficientes.
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Você sabe a diferença entre endividamento e inadimplência?
Da forma mais descomplicada possível: quando o consumidor consegue pagar suas dívidas, ele é apenas um endividado. Exemplo: você parcelou a compra de uma bike em 5 vezes no cartão. E consegue pagar todo mês a fatura. Portanto, você tem uma dívida, mas consegue pagá-la.
A partir do momento em deixa de pagar as parcelas, ou seja, a dívida contraída, o consumidor é inadimplente. A pessoa se torna inadimplente quando começa a ter dívidas atrasadas. Sabe aquela coisa de “rola a dívida pra frente”? Pronto. Isso é a inadimplência.
Pesquisa
Na pesquisa da CNC, o percentual de endividamento nas casas de brasileiros apresentou um aumento de 0,7% em julho, comparado com junho. O aumento de inadimplência foi de 0,5%, também em relação ao mês anterior.
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Desde abril, o percentual das famílias que comprometem sua renda com dívidas são de 30,4% e mais de 22% de brasileiros estão com mais da metade dos salários comprometidos com dívidas.
Menos escolaridade, maior chance de inadimplência
Em julho, 13% dos consumidores que não pagam suas contas ou dívidas não concluíram o ensino médio. Esses também foram os que mais precisaram atrasar pagamentos no próprio mês de julho (33,3%).
Para as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos por mês, a contratação de dívidas voltou a subir (0,8%) depois de dois meses de redução. O endividamento cresceu menos (0,6%) entre os que recebem até 10 salários.
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“As classes de despesas das famílias que ganham menos são justamente as que tiveram maiores aumentos recentes de preços, então elas acabam gastando uma parcela maior do orçamento para fazer frente ao aumento da inflação. Ou seja, as famílias com menor renda foram mais afetadas e aumentaram o endividamento, a despeito dos juros altos, para sustentar seu nível de consumo.”, explica Izis Ferreira, economista da CNC, responsável pela pesquisa.
Curto curadoria:
- Veja mais dados da pesquisa. (Portal do Comércio)
Foto de destaque: Marcello Casal JR/Agência Brasil
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