De acordo com a investigação, um quinto dos congressistas, presidentes vivos, juízes da Suprema Corte e governadores nos EUA são descendentes diretos de proprietários de escravos. Entre os membros do último Congresso, pelo menos 100 têm parentes ligados à escravidão, incluindo 28 senadores.
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Tanto democratas quanto republicanos foram identificados na reportagem, incluindo figuras influentes como os senadores Mitch McConnell, Lindsey Graham, Tom Cotton e James Lankford. Além disso, o presidente Joe Biden e todos os ex-presidentes vivos, com exceção de Donald Trump, têm antepassados escravocratas. Até Barack Obama, de acordo com a Reuters, por parte da ascendência materna, tem parentes com histórico nebuloso.
A apuração também aponta que dois dos nove juízes da Suprema Corte dos EUA, Amy Coney Barrett e Neil Gorsuch, têm ancestrais diretos que escravizaram pessoas. Em 2022, governadores de 11 dos 50 estados americanos também foram identificados como descendentes de proprietários de escravos, incluindo dois candidatos à indicação republicana para presidente.
Segundo o professor Henry Louis Gates Jr, escritor e historiador da Universidade de Harvard, essa descoberta traz para a comunidade uma oportunidade de aprendizado, evidenciando a influência da escravidão na história das famílias que governam o país.
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Embora a pesquisa não forneça uma comparação com a proporção de norte-americanos em geral que têm ancestrais escravizadores, o especialista concorda que a escravidão continua sendo um legado sensível e político, e que o desconforto pode ser ampliado quando os próprios parentes estão ligados a essa história macabra.
Além de expor nomes, a Reuters também traz em sua abordagem uma série de documentos que tentam evidenciar as conexões.