Desmentindo as fake news:
As autoridades eleitorais diminuíram a quantidade de urnas eletrônicas para os eleitores brasileiros no exterior e aumentaram nas prisões? NÃO.
Os eleitores puderam vestir a camisa da Seleção, favorita do presidente de ultradireita Jair Bolsonaro, nos centros de votação? SIM.
A Agência Aos Fatos listou todas as mentiras das eleições espalhadas entre os dias 1 e 2 de outubro pelas redes sociais e aplicativos de mensagens, checadas e desmentidas.
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No top 5 fake news virais sobre eleições feito pelo Boatos.org do portal Metrópoles, estão:
- Pesquisa Ipec no Jornal Nacional mostra Bolsonaro na frente de Lula com 46%
- Lula diz que enfermeiros só servem para servir sopa e se posicionou contra piso salarial
- Chile está em guerra civil com prédio, trem e carros incendiados por causa de Gabriel Boric
- Lula recebeu folha com respostas da Globo em entrevista no Jornal Nacional
- Novos títulos de eleitor vêm com QR Code que transfere votos para Lula
Abaixo, confira outros destaques das desinformações espalhadas no último dia 2, primeiro turno das eleições:
Voto nas prisões
Uma mensagem nas redes sociais que viralizou nas vésperas da votação de domingo (2) – na qual Bolsonaro contrariou as previsões e alcançou um segundo lugar mais próximo ao candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva – divulgava a seguinte desinformação:
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“TSE reduz número de urnas para brasileiros que vivem no exterior e amplia nos presídios. A conclusão é por sua conta!” – MENTIRA!
De acordo com uma lei de 2010, as penitenciárias brasileiras recebem urnas eleitorais para os presos aptos a votar. No domingo (2), foram enviadas menos urnas para as prisões do que nas últimas eleições gerais em 2018: 222, frente 233 (há quatro anos), segundo o TSE.
Já o número de urnas destinadas aos eleitores no exterior passou de 744 a 1.018 nesse período.
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Urnas “programadas”
Outro rumor que viralizou antes do primeiro turno, desinformava que três urnas eletrônicas foram “programadas com, ao menos, 81% de votos para Lula” na cidade de Serafina Correia, no Rio Grande do Sul. “É um golpe contra o Bolsonaro e um crime contra seus seguidores”, dizia a mensagem, que citava uma rádio local como fonte.
Uma foto que acompanhava a publicação mostrava a polícia inspecionando um veículo do TSE com caixas de papelão, cada uma identificada como “urna eletrônica” – MENTIRA!
Um pesquisa revelou que essas imagens na verdade são de um controle de rotina de veículos no Amazonas em 2018. A polícia afirmou, na época, que não encontrou nenhuma irregularidade. A rádio local citada como fonte negou a versão.
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Votos perdidos
Um vídeo amplamente compartilhado no Twitter, YouTube, Facebook, Telegram e TikTok destacava uma nova função nas urnas eletrônicas, usadas no país desde 1996.
Assim que os eleitores selecionavam seu candidato, uma janela os convidava a revisar sua opção antes de pressionar o botão verde, “Confirma”.
“Antes não existia isso. Agora, você digitou um número lá na urna, aí aparece assim embaixo: ‘confira o seu voto’ piscando, você não vai ler confirma? E não vai apertar o confirmar? Dá impressão que isso é feito para confundir, pra pessoa perder o voto”, disse um homem no vídeo – MENTIRA !!
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Tanto o TSE como as revisões independentes da AFP afirma que o boato é falso.
“Regras” para votar
Em um país com mais celulares que pessoas, a desinformação também circulou ferozmente no dia da votação. (CNN)
Uma publicação nas redes sociais afirmava que “pela primeira vez”, aqueles que estavam na fila no momento do fechamento, às 17h locais, puderam votar. Na verdade, isto não é nada novo: consta da legislação eleitoral brasileira desde 1965.
Outras publicações divulgavam supostas “regras” para a votação, todas falsas:
- Quem estivesse de máscara não poderia votar – Falso!
- Uso da camiseta da seleção seria proibido – Falso!
- Se votasse apenas para presidente e não em outros candidatos, o voto seria anulado – Falso!
- As zonas eleitorais fechariam às 16h em todo o país – Falso!
Curto Curadoria
- Conspiração e apuração paralela: a desinformação sobre urnas que circula no WhatsApp e Telegram às vésperas da eleição (BBC)
- Aliados de Trump fazem campanha nas redes para Bolsonaro e espalham mentira sobre fraude (Agência Pública)
- TSE multa site e bolsonaristas por novos posts sobre Marcola e Lula (UOL)