Na nota emitida, os membros do MPF no Pará pedem à secretária executiva Tatiana Barbosa de Alvarenga que apresente os supostos casos descobertos pelo ministério, indicando todos os detalhes que a pasta possua, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
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O MPF também quer saber quais providências a então ministra Damares Alves tomou ao descobrir os supostos casos de tráfico de crianças e violência sexual que ela denuncia e se houve representação (denúncia) ao Ministério Público ou à Polícia.
Teoria da conspiração ou denúncia?
O vídeo que fez Damares Alves se tornar o assunto mais comentado das redes sociais nesta segunda-feira (10) foi feito no último sábado (8), durante um culto evangélico. A ex-ministra afirma que crianças do Marajó são traficadas para o exterior e são submetidas a mutilações corporais e a regimes alimentares que facilitam abusos sexuais.
Mas a denúncia acabou se virando contra Damares: políticos de oposição e integrantes da sociedade civil, como a antropóloga Debora Diniz – professora universitária e pesquisadora da Universidade Brown, nos EUA – cobraram provas e questionaram porque os casos não foram encaminhados para órgãos competentes, como a polícia federal ou o Ministério Público.
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QAnon
Nas redes sociais, rapidamente após o vídeo de Damares Alvez viralizar, internautas fizeram ligações entre as falas da ex-ministra e a teoria da conspiração divulgada pelo movimento de extrema direita norte-americano QAnon.
Resumidamente, os adeptos alegam haver uma “cabala secreta” formada por adoradores de Satanás, pedófilos e canibais, que dirige uma rede global de tráfico sexual infantil e que esteve conspirando contra o ex-presidente Donald Trump e os seus apoiantes, durante o mandato do republicano. A teoria já encontrou eco entre bolsonaristas, como a própria ex-ministra Damares Alves.
Curto Curadoria:
- O que é a teoria conspiratória QAnon e no que acreditam seus seguidores? (Estadão)
- QAnon: o que é e de onde veio o grupo que participou da invasão ao Congresso dos EUA (G1)
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