Créditos da imagem: Ricardo Stuckert/PR

Na China, Lula defende moeda alternativa para os BRICs em discurso na posse de Dilma

A ex-presidente do Brasil Dilma Rousseff tomou posse como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB na sigla em inglês), em Xangai, na China, onde Lula faz uma viagem com uma comitiva de empresários. Durante discurso, Lula não poupou críticas ao modelo tradicional de financiamento de instituições financeiras internacionais e questionou o uso do dólar como moeda para os países que integram os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Lula defendeu que uma moeda alternativa do bloco seja utilizada nas negociações entre os membros do Brics .“Quem decidiu que é era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade? Nós precisamos ter uma moeda que transforme os países numa situação um pouco mais tranquila. Porque hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar, quando ele poderia exportar em sua própria moeda, e os bancos centrais certamente poderiam cuidar disso”, disse o presidente brasileiro.

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“Pela primeira vez, um banco de desenvolvimento de alcance global é estabelecido sem a participação de países desenvolvidos em sua fase inicial. Livre, portanto, das amarras e condicionalidades impostas pelas instituições tradicionais às economias emergentes. E mais, com a possibilidade de financiamento de projetos em moeda local”, exaltou.

Para Lula, o banco dos Brics servirá como instrumento de combate à desigualdade. Segundo o presidente brasileiro, o NDB deve atender os mais afetados por questões climáticas e econômicas, ajudando-os em uma recuperação. “A mudança do clima, a pandemia e os conflitos armados impactam negativamente as populações mais vulneráveis. Muitos países em desenvolvimento acumulam dívidas impagáveis. É nesse contexto que a criação do NDB se impõe”.

Em uma solenidade recheada de deputados e ministros brasileiros, integrantes da comitiva de Lula nesta viagem à China, o presidente brasileiro não poupou críticas ao FMI, a quem acusou de “asfixiar” a Argentina. Para ele, os bancos devem ter “paciência” e ter em mente a palavra tolerância ao renovar seus acordos de financiamento.

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Por fim, Lula fez um aceno à comunidade internacional. Em um tom mais abrangente, pediu mais generosidade para as pessoas. “Não podemos ter uma sociedade sem solidariedade, sem sentimento. Temos que voltar a ser generosos. Vamos ter que aprender a estender a mão outra vez. Nós precisamos derrotar o individualismo que está tomando conta da humanidade”.

(Fonte: Agência Brasil)

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