Nobel da Paz é condenado a 10 anos de prisão por tribunal de Belarus

Um tribunal Belarus (antiga Bielorrússia) condenou nesta sexta (3) o ativista pela democracia Ales Bialiatski, um dos vencedores do Prêmio Nobel da Paz de 2022. De acordo com a ONG Viasna ("primavera"), outros dois ativistas - Valentin Stefanovitch e Vladimir Labkovitch - foram condenados a nove e sete anos de prisão, respectivamente. Os três foram detidos após as históricas manifestações contra a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko, para o sexto mandato.

Publicado por
Marcela Guimarães

Detido em julho de 2021, Ales Bialiatski, de 60 anos, venceu no fim do ano passado o Nobel da Paz por sua defesa dos direitos humanos. Ele dividiu o prêmio com a ONG russa Memorial e a organização ucraniana Centro para as Liberdades Civis.

O ativista fundou e dirigiu por vários anos a Viasna, principal organização de direitos humanos no país autoritário, governado desde 1994 por Lukashenko.

Durante as manifestações de 2020, a ONG teve um papel crucial na documentação das medidas repressivas e das detenções de manifestantes.

Os outros dois ativistas condenados foram acusados de financiar “atividades que violam gravemente a ordem pública”, segundo a ONG. Um quarto acusado, Dmitri Soloviev, julgado à revelia depois de fugir para a Polônia, foi condenado a oito anos de prisão. Todos foram condenados ainda a pagar multa de 70 mil dólares.

“Injustiça vergonhosa”

A líder opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya criticou a condenação. “Devemos fazer todo o possível para lutar contra esta injustiça vergonhosa”, escreveu no Twitter.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baebock, chamou o processo de “farsa” e destacou que os réus foram condenados por seu “compromisso com o direito, a dignidade e a liberdade das pessoas em Belarus”.

O governo da Polônia considerou a condenação “escandalosa”.

Perseguição

Bialiatski passou quase três anos preso em Belarus entre 2011 e 2014, depois de outro processo denunciado como político.

Até 1º de março, Belarus tinha 1.461 presos políticos, segundo a Viasna.

Os países ocidentais aprovaram diversos pacotes de sanções contra Belaruas pela repressão aos protestos de 2020, mas o regime ainda conta com o apoio inflexível da Rússia.

Belarus aceitou servir de base de retaguarda para as tropas russas no conflito na Ucrânia. Mas até o momento o exército de Minsk não participou diretamente nos combates.

(Fonte: AFP)

Este post foi modificado pela última vez em 3 de março de 2023 11:02

Marcela Guimarães

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