Noruega retomará ajuda ao Brasil contra desmatamento após vitória de Lula

A Noruega retomará a ajuda financeira contra o desmatamento da Amazônia no Brasil, congelada durante a Presidência de Jair Bolsonaro, anunciou nesta segunda-feira (31) à AFP o ministro norueguês do Meio Ambiente, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial brasileira.

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Gabriela Gonçalves

31 de outubro de 2022 11:24

“Em relação a Lula, nós observamos que durante a campanha ele enfatizou a preservação da floresta amazônica e a proteção dos povos indígenas da Amazônia”, disse Espen Barth Eide. “Por isso estamos ansiosos para entrar em contato com suas equipes, o mais rápido possível, para preparar a retomada da colaboração historicamente positiva entre Brasil e Noruega”, acrescentou.

Reeleição de Bolsonaro pode agravar ainda mais o desmatamento da Amazônia, dizem especialistas

Um cálculo feito a pedido da Folha de S.Paulo por um grupo de pesquisadores estima que, caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) seja reeleito, o desmatamento na Amazônia pode chegar a mais de 27 mil km² em 2026, atingindo os piores níveis já observados desde o início do monitoramento. A projeção leva em conta um crescimento linear, com a mesma taxa observada nos últimos 3 anos.

O país escandinavo, principal fornecedor de recursos para a proteção da floresta amazônica, suspendeu sua ajuda ao Brasil em 2019, ano em que Bolsonaro assumiu a Presidência.

Durante o governo atual, o desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 70%, um índice “escandaloso” nas palavras de Barth Eide, razão pela qual seu país entrou em “confronto” com Jair Bolsonaro sobre a questão.

‘Carta da Terra’ analisa a gestão de recursos ambientais no Brasil

A Carta da Terra, publicada esta semana pelo Earth News, debate a questão da gestão de recursos. Conta sobre um estudo inédito, liderado pela economista Alessandra Cardoso, a respeito dos fundos que destinam — ou deveriam destinar, pela lei — recursos para o meio ambiente. A série denominada “Caminhos para o Financiamento da Política Ambiental do Brasil”, constata que o Brasil criou toda uma arquitetura de financiamento de programas, não só de fiscalização, mas de promoção de prosperidade sustentável – contudo, este sistema foi desmantelado, os fundos foram esvaziados e desvirtuados.

De acordo com o ministro, 5 bilhões de coroas norueguesas (482 milhões de dólares) aguardam para serem utilizados no fundo de preservação da floresta amazônica.

Lula, presidente entre 2003 e 2011, afirmou no último domingo (30), após o anúncio de sua vitória no segundo turno da eleição presidencial, que o Brasil está disposto a ter um papel de vanguarda contra a mudança climática e destacou que o planeta precisa de uma “Amazônia viva”.

(Com AFP)

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Gabriela Gonçalves