Grupos de busca e resgate estão percorrendo o Atlântico Norte em busca de um pequeno submersível desaparecido que tinha como objetivo explorar a área onde se encontram os destroços do transatlântico britânico Titanic.
Aumentam os temores em relação às cinco pessoas a bordo, pois o submarino tem autonomia de oxigênio de até 96 horas.
Confira abaixo o que se sabe até agora:
O veículo, de 6,5 metros de comprimento, iniciou sua imersão no domingo (19) e perdeu contato com a superfície menos de duas horas depois, de acordo com as autoridades.
“Há algum tempo, não conseguimos estabelecer comunicação com um dos nossos veículos de exploração submersível que, atualmente, visita o local do naufrágio do Titanic”, disse a empresa responsável pela embarcação, a OceanGate Expeditions, em um comunicado na noite de segunda-feira.
A empresa utiliza um submersível chamado “Titan” para suas imersões até a área do histórico naufrágio, com assentos ao preço de 250.000 dólares cada, de acordo com seu site.
Um dos passageiros foi identificado como o empresário britânico Hamish Harding, cuja empresa de aviação havia publicado nas redes sociais sobre sua expedição à área.
Harding, um aviador de 58 anos, turista espacial e presidente da associação Action Aviation, publicou em seu Instagram no domingo que estava orgulhoso de se juntar à missão Titanic da OceanGate.
O empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood também estão a bordo da embarcação.
“Por enquanto, perdemos o contato com o submersível e a informação disponível é limitada”, afirmou sua família, em um comunicado.
Shahzada Dawood é vice-presidente do conglomerado Engro, com sede em Karachi, que tem investimentos em energia, agricultura, petroquímica e telecomunicações.
Os socorristas buscam em uma área remota do Atlântico Norte, onde estão os destroços do Titanic — afundado em 1912 — a 650 quilômetros da costa de Terra Nova, Canadá, e a cerca de 4.000 metros de profundidade no oceano.
A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou que enviou dois aviões para auxiliar nas operações, e as autoridades canadenses enviaram um avião e um navio para a exploração.
O tempo é um fator crítico, já que o submarino tem um máximo de 96 horas de autonomia de oxigênio para as cinco pessoas a bordo.
O contra-almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos, John Mauger, disse na segunda-feira a jornalistas em Boston que acredita que ainda há mais de 70 horas disponíveis.
Sem relatos de avistamentos do submersível, ou sinais de comunicação dos exploradores, a equipe de resgate suspendeu os voos de busca durante a noite.
Considerado o maior navio de passageiros do mundo à sua época, o transatlântico de 46.000 toneladas colidiu com um iceberg e afundou em sua viagem inaugural da Inglaterra para Nova York, em abril de 1912, com 2.224 passageiros e tripulantes a bordo.
Mais de 1.500 pessoas morreram, incluindo magnatas e aristocratas.
O desastre ficou conhecido como um exemplo de arrogância, já que o navio havia sido promovido como uma maravilha da era industrial e tido como impossível de afundar.
Alguns também viram o acidente como um episódio de discriminação, uma vez que a grande maioria dos passageiros mortos estava na segunda ou terceira classes.
A embarcação naufragada foi localizada em 1985 por uma expedição conjunta de Estados Unidos e França, o que aumentou o fascínio por essa catástrofe. Além de gerar diversos filmes — o último grande sucesso foi em 1997 com as estrelas Kate Winslet e Leonardo DiCaprio —, impulsionou um lucrativo e arriscado turismo submarino.
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