MPF e PF prendem 36 pessoas por movimentação ilegal de R$22 bilhões em Ribeirão Preto e região

Nesta quinta-feira (6), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal cumpriram 14 mandados de prisão preventiva, 22 de prisão temporária e 45 de busca e apreensão contra alvos da Operação Octopus, que investiga uma grande organização criminosa dedicada à lavagem de dinheiro e à evasão de divisas. As ações ocorrem em Ribeirão Preto (SP) e municípios da região.

Foi constatado que uma empresa do ramo de móveis da região de Ribeirão Preto lavava dinheiro por meio de remessas ao exterior, simulando o pagamento de importações.

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Operação Octopus

A partir daí, foi descoberta uma rede de empresas e pessoas que eram usadas para a movimentação de altos valores, frutos de atividades ilícitas. Segundo as autoridades, o grupo movimentou mais de R$ 22,3 bilhões entre o fim de 2014 e o início deste ano.

Octopus é o nome de um molusco e deu nome da operação por fazer referência aos “tentáculos” usados pela organização para a prática dos crimes.

Municípios

As ordens judiciais foram cumpridas nos municípios de Ribeirão Preto, Guatapará, Jaboticabal, São Paulo, Jardinópolis, São José do Rio Preto, Barretos e Brodowski e nas cidades de Uberlândia (MG) e Foz do Iguaçu (PR). A decisão da 4ª Vara Federal de Ribeirão Preto determinou também o bloqueio de bens imóveis, veículos, saldos e aplicações de contas correntes e carteiras de criptoativos dos investigados.

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Falsidade ideológica

As apurações revelaram ainda a prática de falsidade ideológica. O dinheiro passava por contas bancárias abertas de maneira fraudulenta, muitas delas em nome de empresas laranja, ou seja, de fachada.

“A investigação realizada até o momento descortinou uma organização criminosa de grande porte, marcada pela complexidade de suas relações, pela internacionalização e profissionalismo de sua atuação e pelo uso de técnicas de dissimulação e evasão de dinheiro bastante atuais e de difícil rastreamento”, destacaram os procuradores da República integrantes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPF em São Paulo.

Segundo nota do MPF, as investigações basearam-se em quebras de sigilo bancário e fiscal judicialmente autorizadas das empresas envolvidas e na análise de relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Os próximos passos serão determinados a partir da análise das provas colhidas nesta quinta (6).

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