Pelo menos dez militares e 19 supostos criminosos foram mortos durante a operação para prender Ovidio Guzmán, filho do traficante de drogas Joaquín Guzmán, conhecido por El Chapo — informou o governo mexicano nesta sexta (6).
“Dez soldados infelizmente perderam a vida no cumprimento de seu dever”, disse o secretário da Defesa, Luis Cresencio Sandoval, à imprensa, acrescentando que “também foram contabilizadas 19 mortos por infratores”.
Outros 35 soldados foram baleados e estão recebendo atendimento hospitalar, enquanto 21 pistoleiros foram presos. Não se tem informações de “civis inocentes” entre as vítimas fatais.
Ovidio Guzmán, filho do chefão do narcotráfico, foi preso durante uma operação na cidade de Culiacán, noroeste do México, que envolveu tiroteios intensos e resultou em muitos veículos incendiados. Ele foi capturado pelo Exército e pela Guarda Nacional do México sob as acusações de liderar a “facção Los Menores, ligada ao Cartel do Pacífico” e é “filho de Joaquín Guzmán Loera [El Chapo]”, que cumpre prisão perpétua nos Estados Unidos, declarou aos jornalistas o secretário da Defesa.
A prisão aconteceu quatro dias antes da chegada ao México do presidente americano, Joe Biden, cujo país oferecia 5 milhões de dólares pela captura do filho de El Chapo, conhecido como El Ratón. Biden vai ao México para participar da Cúpula de Líderes da América do Norte, com reuniões previstas na segunda (9) e na terça-feira (10) na capital, para onde Ovidio foi transferido em um avião da Força Aérea.
A captura do narcotraficante de 32 anos provocou intensos tiroteios entre criminosos e efetivos das forças de segurança em diversos pontos de Culiacán. A troca de tiros chegou, inclusive, ao aeroporto internacional da cidade, onde um avião de passageiros foi atingido por um projétil pouco antes de decolar, sem que houvesse registro de feridos, informou a companhia Aeroméxico. Devido aos incidentes, as operações no terminal aéreo foram suspensas. Também foram registrados incidentes em uma penitenciária onde estão reclusos vários narcotraficantes.
O Cartel de Sinaloa – também conhecido como Cartel do Pacífico – é considerado pela agência antidrogas dos Estados Unidos, a DEA, como o principal responsável pelo tráfico de fentanil, droga 50 vezes mais potente que a heroína e que tem sido responsável por inúmeras mortes de overdose no país.
Ovidio já havia sido detido em 17 de outubro de 2019 em Culiacán, mas foi libertado por ordem do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, em meio ao caos provocado pela organização criminosa após sua captura.
(Com AFP)
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