Em janeiro de 2024, Argentina, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã, Egito e Etiópia serão incorporados ao Brics, o bloco de países emergentes hoje composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que busca expandir sua influência global.
A Argentina, terceira economia da América Latina, enfrenta uma inflação endêmica, de dois dígitos há mais de 12 anos e atualmente por volta de 115% interanual.
Nos primeiros sete meses do ano, o aumento acumulado do custo de vida atingiu 60,2% e, apesar das ajudas sociais, cerca de 40% dos 46 milhões de argentinos vivem na pobreza. Em agosto, a cotação oficial do peso argentino se desvalorizou em mais de 20%.
O país também tem dificuldades para pagar uma dívida de 44 bilhões de dólares (R$ 214,6 bilhões, na cotação atual) ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Sua candidatura foi apoiada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou os empréstimos “asfixiantes” dos organismos internacionais.
A Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo e a principal economia árabe.
Preocupado com se tornar menos dependente das energias fósseis, este país ultraconservador iniciou nos últimos anos um amplo programa de reformas econômicas e sociais.
O reino registrou um crescimento anual do PIB de 8,5% em 2022. Sua população atual é estimada em 32,2 milhões de pessoas, a maioria abaixo dos 30 anos.
A federação de sete emirados, peso pesado da Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep), diversifica há décadas sua economia. Com isso, depende cada vez menos dos hidrocarbonetos, que representam 30% do PIB deste país de cerca de 110 milhões de habitantes.
Os Emirados, primeiro país árabe com uma usina nuclear, construíram dois dos maiores parques solares do mundo em Abu Dhabi, a capital, e Dubai, centro financeiro, imobiliário e turístico da região.
Aliado da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, e com boas relações com Rússia e China, foi o primeiro país do Golfo a normalizar suas relações com Israel, em 2020.
O Irã, cuja economia é afetada por duras sanções internacionais, dispõe da segunda maior reserva mundial de gás, atrás apenas da Rússia, e o quarto lugar entre as maiores reservas comprovadas de petróleo.
As sanções dos Estados Unidos, após o fim do acordo nuclear em 2018, isolaram este país de 88 milhões de habitantes do sistema financeiro internacional. A persistente queda da moeda nacional alimenta uma inflação galopante.
Desde o início do ano, o Irã se mostrou muito ativo no cenário diplomático, com a ambição de reduzir seu isolamento, estreitando laços com China e Rússia, e se reconciliando com seus vizinhos árabes.
O Egito, sede da Liga Árabe, é um ator importante no cenário diplomático árabe.
A economia do país, um dos principais importadores de grãos do mundo, viu-se duramente abalada pela invasão russa da Ucrânia no início de 2022, que levou a uma disparada nos preços do trigo.
A inflação alcançou 36,8% em junho, recorde absoluto para o Egito, que tem uma população de 105 milhões. Muito endividado, o país precisou recorrer nos últimos anos a resgates dos países do Golfo e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A Etiópia, segundo país mais povoado da África, com 123 milhões de habitantes, foi durante a década de 2010 uma das economias mais dinâmicas do mundo.
Mas seu crescimento foi frustrado pela pandemia da covid-19, pelas catástrofes climáticas, pelo conflito na região do Tigré (norte) e pela guerra na Ucrânia. O país continua sendo um dos menos desenvolvidos do mundo, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Tradicionalmente não-alinhado, tem laços estreitos com Rússia e China, este último seu principal parceiro comercial, mas também com os Estados Unidos.
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