De acordo com a tendência apontada após 88,1% da apuração rápida do Instituto Nacional Eleitoral (INE), a candidata a governadora do partido governista Morena (Movimento Regeneração Nacional), Delfina Gómez, tinha nove pontos de vantagem sobre a rival do Partido Revolucionário Institucional (PRI), Alejandra del Moral.
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Após a divulgação dos números, Del Moral admitiu a derrota. “Reconheço o triunfo da professora Delfina Gómez”, declarou em sua sede de campanha.
O partido Morena, que já governa sozinho ou em aliança 22 dos 32 estados mexicanos, consolida com o resultado sua liderança para as eleições presidenciais de 2024.
E também retira do outrora hegemônico PRI seu maior reduto eleitoral, que o partido governou de maneira ininterrupta por 94 anos, desde 1929.
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O PRI governou o México e todos os estados do país durante sete décadas do século XX.
“Novo PRI”
Para o cientista político Miguel Tovar, da consultoria Alterpraxis, com a vitória o partido Morena alcança o “sonho” de López Obrador e vira o novo partido hegemônico do México.
“O que vemos no Morena é esta necessidade de ter o poder hegemônico, de ocupar todos e cada um dos espaços (…) O Morena, que é o novo PRI, cresceu como espuma”, disse à AFP.
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Delfina Gómez se declarou “muito orgulhosa” de todos os eleitores, pois “eles tornaram o triunfo possível.
A eleição no Estado de México, com 12,6 milhões de eleitores registrados, teve índice de participação de 48%, de acordo com as estimativas preliminares. A votação era considerada por analistas um ensaio geral para a disputa presidencial em 2024.
O Estado do México é um dos mais violentos do país, com elevada taxa de homicídios e desaparecimentos em suas localidades mais pobres, situação agravada pela impunidade e corrupção das autoridades.
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Em contraste, o “Edomex” – como o estado é conhecido – também é sede de grandes indústrias (Nestlé, Ford) e atrações turísticas como as ruínas pré-hispânicas de Teotihuacan
Com 17 milhões de habitantes e um peso econômico equivalente a 9,1% do PIB nacional, esta “é uma minirrepública mexicana” fragmentada entre zonas modernas e outras “profundamente rurais”, descreve Tovar.
Eleição em Coahuila
O domingo também foi marcado pela votação no estado de Coahuila (norte), limítrofe com os Estados Unidos, onde os eleitores escolheram um novo governador e 25 legisladores do Parlamento local.
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Ao contrário do estado do México, o Morena demonstrou fragilidades em Coahuila com uma disputa acirrada entre os pré-candidatos ao governo, cenário que levou Ricardo Mejía, ex-subsecretário de Segurança de López Obrador, a romper a aliança governista e apresentar uma candidatura independente.
A divisão prejudicou o candidato morenista Armando Guadiana, que ficou relegado a um distante segundo lugar contra o candidato do PRI, Manolo Jiménez, que liderava com 57% dos votos e uma vantagem de quase 35 pontos sobre o adversário, de acordo com a apuração rápida do INE.
O PRI mantém assim o domínio histórico no estado, que governa desde 1929.