Ao revelar o que presenciou nos bastidores da gestão da crise de oxigênio na capital do Amazonas, Andréa afirma que “surtou” porque “era coisa demais para compactuar”. “Ele começou a me fazer de louca no telefone. Ele dizia assim: ‘você não tem nada a ver com isso. Eu tenho uma preocupação sim, eu estou preocupado em comprar os sacos pretos'”, diz a dentista, que se separou em 2020 do ex-ministro.
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- Veja aqui a entrevista completa com Andréa Barbosa feita pelo Canal My News.
O ex-ministro Eduardo Pazzuelo ainda não se pronunciou.
Festa regada a uísque
Barbosa, que estava em Manaus durante a crise de oxigênio em janeiro de 2021, afirma ter visto membros da equipe de Pazuello negligenciando a situação de calamidade.
- Pazuello fez festa em Manaus no auge da crise de falta de oxigênio, afirma ex-esposa (Congresso em Foco)
‘Laboratório humano’
Em publicação feita neste domingo (23) em seu perfil do Instagram, Andréa afirma que a gestão do ex-ministro Pazuello foi responsável por usar o estado amazonense como um laboratório humano para testar a imunidade de rebanho contra a doença. A dentista denuncia que a “cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz, era prescrita até para grávidas em estado febril pelo aplicativo TratCov”.
Tanto a dentista quanto seu ex-marido, Eduardo Pazuello, nasceram no Amazonas. Andréa, que já havia feito outras críticas à atuação do ex-marido no Ministério da Saúde durante a pandemia, nega que suas declarações tenham motivação pessoal.
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“NUNCA, nunca vou perdoar esse governo e quem compactuou com ele. NUNCA! MUITAS – e está assim em letras garrafais porque muita gente acha que minha indignação com esse governo é de ordem pessoal. ‘Ah, coitada, a mulher traída, rancorosa’, como a mídia da direita e os asseclas desse governo traduziram minha indignação. Não foi por causa disso! Eu simplesmente estava em Manaus a contragosto, mas estava. Naquele momento eu ainda acreditava na salvação de um casamento e topei o desafio”, escreveu a dentista.
“Eu estava lá quando milhares de caixões eram enterrados em valas porque o cemitério já não tinha espaço e o presidente dizia que não era coveiro e, portanto, não tinha nada com isso. Eu vi gente que tinha muito dinheiro morrer sem oxigênio na pista entrar na UTI aérea. Eu vi gente que não tinha o que comer morrer pelo mesmo motivo e não ter recursos para enterrar seu ente querido”, acrescentou Barbosa.
Ministério da Saúde
Em nota à imprensa, o Ministério afirmou que “desde o início da pandemia atuou de forma célere e transparente para agilizar as medidas de prevenção, proteção e cuidado da população brasileira”. “O Ministério adquiriu e distribuiu mais de 518 milhões de vacinas para a população”, acrescentou.
Curto Curadoria
- Ex-mulher de Pazuello pede para ser ouvida na CPI (Estadão)🚥
- O divulgador científico e doutor em microbiologia Átila Iamarino comentou a notícia em seu Twitter: