Créditos da imagem: JEFFERSON RUDY/AGÊNCIA SENADO

Pazuello deu festa em Manaus no auge da pandemia e disse que mudaria bula da cloroquina, diz ex-esposa

A dentista Andrea Barbosa, ex-esposa de Eduardo Pazuello, falou sobre a atuação do ex-marido quando ocupou o cargo de ministro da Saúde e esteve à frente da pasta durante a pandemia de covid-19. Segundo Andréa, o ex-ministro fez festas enquanto estava em Manaus para acompanhar a calamidade pública causada pela falta de oxigênio, em janeiro de 2021. "Tinha whisky rolando", disse Andréa. A dentista afirmou que o 'gabinete paralelo' era incompetente e negligente com a pandemia: "O Eduardo (Pazuello) não sabe o que é vírus". De acordo com ela, a preocupação de Pazuello no auge da crise de oxigênio no Amazonas era "comprar sacos pretos".

Ao revelar o que presenciou nos bastidores da gestão da crise de oxigênio na capital do Amazonas, Andréa afirma que “surtou” porque “era coisa demais para compactuar”. “Ele começou a me fazer de louca no telefone. Ele dizia assim: ‘você não tem nada a ver com isso. Eu tenho uma preocupação sim, eu estou preocupado em comprar os sacos pretos'”, diz a dentista, que se separou em 2020 do ex-ministro.

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O ex-ministro Eduardo Pazzuelo ainda não se pronunciou.

Festa regada a uísque

Barbosa, que estava em Manaus durante a crise de oxigênio em janeiro de 2021, afirma ter visto membros da equipe de Pazuello negligenciando a situação de calamidade.

‘Laboratório humano’

Em publicação feita neste domingo (23) em seu perfil do Instagram, Andréa afirma que a gestão do ex-ministro Pazuello foi responsável por usar o estado amazonense como um laboratório humano para testar a imunidade de rebanho contra a doença. A dentista denuncia que a “cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz, era prescrita até para grávidas em estado febril pelo aplicativo TratCov”.

Tanto a dentista quanto seu ex-marido, Eduardo Pazuello, nasceram no Amazonas. Andréa, que já havia feito outras críticas à atuação do ex-marido no Ministério da Saúde durante a pandemia, nega que suas declarações tenham motivação pessoal.

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“NUNCA, nunca vou perdoar esse governo e quem compactuou com ele. NUNCA! MUITAS – e está assim em letras garrafais porque muita gente acha que minha indignação com esse governo é de ordem pessoal. ‘Ah, coitada, a mulher traída, rancorosa’, como a mídia da direita e os asseclas desse governo traduziram minha indignação. Não foi por causa disso! Eu simplesmente estava em Manaus a contragosto, mas estava. Naquele momento eu ainda acreditava na salvação de um casamento e topei o desafio”, escreveu a dentista.

“Eu estava lá quando milhares de caixões eram enterrados em valas porque o cemitério já não tinha espaço e o presidente dizia que não era coveiro e, portanto, não tinha nada com isso. Eu vi gente que tinha muito dinheiro morrer sem oxigênio na pista entrar na UTI aérea. Eu vi gente que não tinha o que comer morrer pelo mesmo motivo e não ter recursos para enterrar seu ente querido”, acrescentou Barbosa.

Ministério da Saúde

Em nota à imprensa, o Ministério afirmou que “desde o início da pandemia atuou de forma célere e transparente para agilizar as medidas de prevenção, proteção e cuidado da população brasileira”. “O Ministério adquiriu e distribuiu mais de 518 milhões de vacinas para a população”, acrescentou.

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