Os choques mais intensos entre manifestantes e governo peruano se concentraram nas regiões de La Libertad (Norte), Arequipa e Puno (Sul), com bloqueios de estradas e batalhas campais.
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Enquanto manifestantes atiravam pedras com estilingues, a polícia responde com gás lacrimogênio. Mas os tumultos no país vem provocando mortes: cerca de 50 desde o início de dezembro.
Na região de Puno, uma multidão queimou a delegacia do distrito de Zepita e incendiou um posto alfandegário em Desguadero, na fronteira com a Bolívia, informou a televisão local.
Em Arequipa, a segunda maior cidade do país, dezenas de moradores tentaram, pelo segundo dia consecutivo, invadir a pista de pouso do aeroporto, que está fechado e protegido pelas forças de segurança.
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Já na capital do país, Lima, milhares de manifestantes desfilaramentoando palavras de ordem em alto e bom som: “Dina assassina!” e “Esta democracia não é uma democracia! Dina o povo lhe repudia!”.
Com uma bandeira Yunguyo — povo das margens do lago Titicaca na fronteira com a Bolívia — nas costas e usando um chapéu de palha branco, Olga Mamani, de 50 anos, afirmava: “Queremos a renúncia de Dina. Se ela não renunciar, o povo não ficará em paz”.
“A folha de coca nos dá força para esta luta que começamos, queremos que Dina renuncie e que se feche o Congresso […] vamos ficar aqui até as últimas consequências”, disse Antonio Huamán, um camponês de 45 anos que partiu de Andahuaylas, epicentro das manifestações em dezembro.
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Na quinta-feira (19), o governo declarou o estado de emergência em sete das 25 regiões do país. Assim, o país segue em intervenção militar junto à polícia, para controle da ordem pública.
Os distúrbios começaram após a destituição e detenção do presidente de esquerda e de origem indígena Pedro Castillo. Ele foi acusado de tentar um golpe de Estado, ao querer dissolver o Congresso, controlado pela direita, que estava a ponto de destituí-lo do poder por suspeita de corrupção.
Castillo foi substituído por Boluarte, sua vice-presidente, mas ela é vista como “traidora” pelos manifestantes.
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Turistas ilhados em Machu Picchu
A suspensão dos trens para Machu Picchu, imposta na sexta (19) deixou pelo menos 417 turistas, entre estrangeiros e locais, ilhados em Aguas Calientes. Essa localidade fica no sopé da montanha, onde foi erguida a famosa cidadela inca.
“Não podem sair, porque a via férrea foi danificada em diferentes trechos. Alguns turistas optaram por ir andando até Piscacucho (localidade próxima de Ollantaytambo), mas é uma caminhada de seis horas, ou mais, e muito poucas pessoas conseguem fazê-la”, declarou o ministro do Comércio Exterior, Luis Fernando Helguero, à imprensa.
“Não temos certeza de que um trem virá nos buscar. Como podem ver, todos os turistas aqui estão fazendo fila, recolhendo assinaturas e se registrando” para que possam ser evacuados, disse à AFP o chileno Alem López.
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(Fonte: AFP)
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