PIB da zona do euro sobe mais que o esperado; inflação desacelera

O crescimento econômico da Eurozona registrou uma leve recuperação no segundo trimestre, após a estagnação nos primeiros três meses do ano, mas continua prejudicado pelas dificuldades da Alemanha e os aumentos das taxas de juros, em um cenário de inflação elevada.

O Produto Interno Bruto (PIB) dos 20 países que compartilham a moeda única (o euro) avançou 0,3% em termos trimestrais entre abril e junho, de acordo com as primeiras estimativas da Eurostat (Agência Europeia de Estatísticas), publicadas nesta segunda-feira (31).

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O PIB da Eurozona permaneceu estagnado (+0%) no primeiro trimestre, de acordo com os dados revisados pela Eurostat, que inicialmente havia anunciado uma queda de 0,1%.

Os resultados econômicos da Eurozona são explicados, entre outros motivos, pela situação da Alemanha, a maior economia europeia, onde o PIB registrou crescimento nulo entre abril e junho, após uma queda de 0,4% e de 0,1% nos dois trimestres anteriores.

A Itália também registrou uma queda surpreendente do PIB (-0,3%), afetada em particular pela desaceleração do investimento em um contexto de encarecimento do crédito.

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Suécia (-1,5%), Letônia (-0,6%) e Áustria (-0,4%) também registraram contrações de suas economias.

França, Espanha e Irlanda

Apenas dois países registraram crescimentos mais robustos que o previsto. Na França o crescimento atingiu 0,5% (contra 0,1% no primeiro trimestre), estimulado pelas exportações, que compensaram o consumo frágil.

Na Espanha, o crescimento econômico registrou leve desaceleração no segundo trimestre, mas permaneceu consistente (+0,4%), graças ao forte consumo das famílias.

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A Irlanda foi o país da região com o maior crescimento econômico (+3,3%), após uma queda expressiva no trimestre anterior.

“Se não levarmos em consideração os dados voláteis da Irlanda, o crescimento na zona do euro alcança 0,2% (…). A fragilidade da atividade sugere que a recuperação será efêmera e que a região corre o risco de estagnação ou, inclusive, de piora no segundo semestre”, disse Ricardo Amaro, analista da Oxford Economics.

O endurecimento da política monetária do Banco Central Europeu (BCE) para lutar contra a inflação também afeta a economia, com a restrição do acesso ao crédito, o que impacta os investimentos e o consumo.

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Risco de estagnação

O BCE elevou na semana passada as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, o nono aumento consecutivo, mas deu a entender que pode interromper o aumento das taxas nos próximos meses.

Embora as previsões oficiais mais recentes apontem um crescimento econômico por volta de 1% para o ano de 2023, a presidente do BCE, Christine Lagarde, reconheceu que as perspectivas “deterioraram”.

Ao mesmo tempo, a Eurostat destacou que a inflação em ritmo anual da Eurozona prosseguiu com a tendência de queda em julho (5,3%, contra 5,5% em junho e 6,1% e maio) e que um dos motivos foi a redução expressiva nos preços do setor de energia.

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Mas o índice de preços ao consumidor continua elevado no setor de alimentos, com índice de 10,8% (leve queda na comparação com os resultado de 11,6% de junho).

A inflação subjacente (que exclui energia e alimentos) foi de 5,5%, muito acima da meta de 2% estabelecida pelo BCE.

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