Polícia espanhola prende suspeitos de atos racistas contra Vini Jr; três são soltos logo depois

Ao menos 7 pessoas foram detidas na Espanha como parte da investigação sobre atos de racismo praticados contra Vinícius Júnior, jogador do Real Madrid, no último domingo. Segundo informações da emissora espanhola TVE, três jovens entre 18 e 21 anos foram liberados após prestarem depoimentos e assumirem compromisso de comparecerem a uma audiência futura.

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Agence France-Presse

23 de maio de 2023 06:58

*Esta reportagem foi atualizada às 14h de terça-feira (23)

Entre os suspeitos presos, 4 seriam responsáveis por prender um boneco com o uniforme do atacante brasileiro em uma ponte da capital espanhola, no fim de janeiro, anunciou a polícia nesta terça-feira (23)

As detenções aconteceram dois dias após o craque brasileiro, de 22 anos, ter sido alvo de novos insultos racistas durante uma partida do campeonato espanhol em Valencia, o que provocou uma onda de indignação em todo o planeta.

As quatro pessoas detidas em Madri são consideradas supostamente responsáveis por um “crime de ódio”, afirmou a polícia espanhola em um comunicado. Três são “membros ativos de um grupo radical de torcedores de um clube madrileno”, acrescenta a nota.

“Ato repugnante”

O boneco, que tinha um uniforme Vini Jr, foi pendurado para simular um enforcamento em 26 de janeiro, depois da vitória de 3-1 do Real Madrid contra o Atlético de Madrid pelas quartas de final da Copa do Rei. Ao lado do boneco estava uma faixa com a frase “Madri odeia o Real”.

Após o ataque, o Real Madrid denunciou um “ato lamentável e repugnante de racismo, xenofobia e ódio” contra o brasileiro e afirmou que esperava a apuração “de todas as responsabilidades daqueles que participaram em um ato tão desprezível”.

A investigação, baseada principalmente em depoimentos, permitiu estabelecer que os quatro torcedores, “identificados durante partidas consideradas de alto risco dentro dos dispositivos de prevenção de violência no esporte, foram os supostos autores” do ataque, destacou a polícia.

Outros presos por ataques racistas em estádio

A polícia espanhola também anunciou na manhã desta terça (23) a detenção em Valência (leste) de três jovens suspeitos de proferir insultos racistas contra o atacante Vinícius Júnior.

“A polícia deteve três jovens em Valência por comportamentos racistas ocorridos no domingo passado no jogo entre Valencia CF e Real Madrid”, informou a Polícia Nacional, que abriu uma investigação após os acontecimentos que provocaram uma onda de indignação, na Espanha e no exterior.

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Enquanto pretos e pardos são 54% da população brasileira, eles representam 84% dos mortos em ações policiais, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A organização também revela que 2 a cada 3 pessoas encarceradas no país são negras. O racismo e a injúria racial se tornaram crime no Brasil há cerca de 30 anos. Mas, segundo especialistas, as formas de discriminação racial são diversas e fazem parte do cotidiano da sociedade. O Curto te explica quais são as principais formas de racismo e os conceitos que você precisa entender sobre a questão racial no Brasil.

Brasil acionará Itamaraty para atuar em caso Vini Jr.

O Ministério da Igualdade Racial (MIR) informou neste domingo (21) que vai acionar autoridades da Espanha para tomar providências após mais um caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro Vini Jr., atacante do Real Madrid, no jogo do seu time contra o Valencia. A embaixadora da Espanha no Brasil também deve ser chamada para falar sobre o caso. O presidente Lula falou sobre o episódio ainda no Japão, quando participava da cúpulo do G7.

‘LaLiga tem um problema com o racismo’, afirma Ancelotti em defesa de Vini Jr.

“LaLiga tem um problema com o racismo”, declarou o técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, ao comentar os insultos recebidos pelo atacante brasileiro Vinicius Junior na partida em que a equipe foi derrotada por 1-0 pelo Valencia no domingo.

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