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Por que Bolsonaro é alvo de ação da PF? Entenda a operação sob suspeita de fraude

Na manhã desta quarta-feira (3), a Polícia Federal realizou uma operação sobre fraudes em dados de vacinação. No centro das buscas está o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens dele, Mauro Cid, está entre os presos e outros investigados. Entenda, passo a passo, por que a PF foi bater na casa de Bolsonaro e o que está sendo investigado.

Qual foi o motivo da operação de busca e apreensão na casa de Jair Bolsonaro?

  • Segundo informações da PF, Jair Bolsonaro e seus assessores são suspeitos de envolvimento em uma falsificação de dados de vacinação de covid-19;
  • O ex-assessor de ordens, coronel Mauro Cid, foi preso sob essas suspeitas, que envolveriam também servidores da prefeitura de Duque de Caxias, na baixada Fluminense; Ao todo 6 pessoas foram presas;
  • Segundo as investigações, no final do ano passado, foram lançados registros de vacinação de Bolsonaro, da filha dele, de Mauro Cid, da esposa e da filha do ex-assessor, no sistema do Ministério da Saúde; ⤵️

🤔Quem é Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro preso em operação contra dados falsos de vacina e investigado por joias sauditas (g1)

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  • A PF acredita que, para entrarem nos EUA, foram necessárias emissão desses falsos certificados de vacinação de doses que não foram aplicadas nos envolvidos. No entanto, esses certificados teriam sido usados para burlar as de restrições sanitárias impostas pelo Brasil e pelo governo norte-americano em meio à pandemia.

O que há na carteira de vacinação de Bolsonaro?

  • Existem dois registros de imunização de Jair Bolsonaro na carteira de vacinação do ex-presidente: a primeira, supostamente aplicada em 13 de agosto de 2022 no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ); a segunda, supostamente aplicada no dia 14 de outubro, no mesmo estabelecimento de saúde (informações de apurações da TV Globo);
  • Após o registro de vacinação de Bolsonaro e da filha Laura terem sido lançados no ConecteSUS, em 21 de dezembro, foi possível gerar um comprovante de imunização. Os dados, no entanto, foram retirados do sistema em 27 do mesmo mês.

O que Bolsonaro disse sobre a operação?

  • Em entrevista coletiva na porta de casa nesta quarta-feira (03), Jair Bolsonaro afirmou nunca ter sido vacinado contra a covid-19, e reafirmou também que a sua filha, Laura Bolsonaro de 12 anos também não se vacinou;
  • O ex-presidente negou que tenha fraudado qualquer registro de vacinação, mas não explicou como conseguiu entrar nos EUA com a família sem tomar a vacina.

Quais pontos Bolsonaro precisa explicar aos investigadores?

  • Por que constam registros de vacinação em sua carteira – lançados e retirados do ConecteSus – se ele afirma não ter se vacinado contra covid-19?
  • Se ele nunca se vacinou, assim como a filha dele, como conseguiram entrar nos Estados Unidos?
  • Que comprovantes de vacinação foram apresentados às autoridades daquele país?
  • Por que registros de vacinação dele e da filha foram apagados do ConecteSus?

Bolsonaro teria seria ouvido pela Polícia Federal nesta quarta-feira, mas a oitiva foi desmarcada a pedido da defesa do ex-presidente

De onde partiu a ordem da operação e quais são os crimes investigados?

  • A investigação começou na Polícia Federal, em janeiro deste ano, após acesso aos cartão de vacinação do ex-presidente que havia colocado sigilo de 100 anos em torno do documento;
  • A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, dentro do inquérito de “milícias digitais” que tramita no STF;
  • Há indícios de crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação e corrupção de menores;
  • O ex-presidente, Bolsonaro, teve o celular apreendido. Já ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não era alvo de busca e apreensão. Michelle Bolsonaro foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, como ela mesma confirmou nesta quarta, em redes sociais.

Quem são os outros envolvidos no esquema suspeito?

  • o sargento Luis Marcos dos Reis, que era da equipe de Mauro Cid;
  • o ex-major do Exército Ailton Gonçalves Moraes Barros;
  • o policial militar Max Guilherme, que atuou na segurança presidencial;
  • o militar do Exército Sérgio Cordeiro, que também atuava na proteção pessoal de Bolsonaro;
  • o secretário municipal de Governo de Duque de Caxias (RJ), João Carlos de Sousa Brecha

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