“A despedida de Yevgueni Viktorovich ocorreu de forma privada. As pessoas que desejam se despedir dele podem ir ao cemitério de Pokrovskoye”, escreveu a Concord, uma empresa que pertencia ao mercenário, no Telegram.
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Este foi o primeiro comunicado da companhia desde a tentativa de levante do grupo Wagner contra o Estado-Maior russo, no final de junho, que transformou Prigozhin em um inimigo do poder e um “traidor”, segundo o presidente Vladimir Putin.
O Kremlin já havia anunciado horas antes que Putin não pretendia comparecer ao funeral do líder da organização paramilitar.
“A presença do presidente não está prevista. Não temos informação específica sobre os funerais”, disse o porta-voz do governo, Dmitri Peskov, à imprensa.
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Investigação sem pistas
Um conselheiro de Kiev, Mykhailo Podolyak, ironizou os “funerais secretos” de Prigozhin por sua reputação, e afirmou que ele representava o “verdadeiro medo de Putin”, que teme “manifestações em massa”, disse no Telegram.
O chefe paramilitar, que passou parte da juventude na prisão antes de fazer fortuna no ramo dos restaurantes, se tornou uma das figuras de maior destaque da vida política de seu país, sobretudo diante da ofensiva na Ucrânia.
O empresário estava na lista de passageiros de um avião que caiu na última quarta-feira (23), na região de Tver – a noroeste de Moscou -, em que todas as dez pessoas a bordo morreram, incluindo o seu braço direito, Dmitri Utkin, chefe de operações do grupo paramilitar.
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O incidente levantou suspeitas do Ocidente e da Ucrânia de que o Kremlin poderia estar envolvido. Mas Peskov descartou os boatos na sexta-feira, os considerando como “mentira absoluta” e pura “especulação”.
No domingo, o Comitê de Investigação russo confirmou a morte de Prigozhin após “exames de genética molecular”, sem mencionar a possibilidade de um acidente, uma bomba ou um míssil terra-ar.
Putin chegou a qualificar o líder do grupo Wagner como um homem “talentoso” que cometeu “erros graves”, e prometeu investigar “a fundo” o acidente.
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Homenagens
Em 24 de junho, o empresário renunciou ao seu motim armado contra o Estado-Maior russo após um acordo que previa o seu exílio, juntamente com seus homens, para Belarus, além do abandono dos processos criminais contra ele.
Entretanto, voltou várias vezes à Rússia e chegou a ser recebido no dia 29 de junho por Putin no Kremlin.
No último vídeo divulgado antes de sua morte, ele apareceu afirmando estar na África para trabalhar pela “grandeza” da Rússia.
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Após o anúncio de sua morte, combatentes do Wagner e moradores de diversas cidades russas prestaram suas homenagens em memoriais improvisados a ele.
Sua morte comoveu os círculos nacionalistas russos, que, embora sejam favoráveis à campanha militar na Ucrânia, criticam frequentemente o Estado-Maior, que acusam de incompetência e de sucessivas perdas.
Nesta terça-feira, um tribunal de Moscou manteve a prisão do blogueiro e ex-comandante separatista do leste da Ucrânia Igor Guirkin.
Guirkin é acusado de “extremismo” por criticar Putin e o Exército russo, e pode ser condenado a cinco anos de prisão.
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